Combater a perda de população é o grande desafio para os próximos 4 anos

Combater a perda de população é o grande desafio para os próximos 4 anos. É também a prioridade para os 5 candidatos à Câmara Municipal da Covilhã que estiveram presentes no debate promovido pela Rádio Clube da Covilhã na passada segunda-feira.

Com o diagnóstico feito, cada um dos candidatos apresenta medidas para chegar ao mesmo fim: permitir que quem cá está não sai do território, e fazer com que outros escolham o concelho para viver. Adolfo Mesquita Nunes do CDS-PP aposta em quatro eixos para o fazer e à cabeça coloca a captação de investimento. “Para tal a autarquia deve ter uma atitude pró-ativa, algo que não aconteceu nos últimos 4 anos”, disse.


Para conseguir a captação deste investimento o CDS propõe a criação da agência Covilhã Invest, em parceria com a Universidade da Beira Interior. O candidato do CDS acrescenta que é preciso trabalhar mais as áreas do empreendedorismo e associativismo para trazer jovens, algo que não necessita de muito dinheiro mas sim de criatividade e saber fazer.

A aposta no turismo é para Adolfo Mesquita Nunes outras das áreas fundamentais e neste campo “o concelho está subaproveitado”. A cultura terá também que ser aposta: é preciso “uma atividade cultural intensa que não se pode confundir com recreação”. Adolfo Mesquita Nunes acrescenta que o combate à interioridade não se faz “como até aqui, a encontrar problemas, mas sim a encontrar soluções”.

O candidato acrescentou ainda que é na postura ambiciosa da sua equipa e na pro-atividade que pretende imprimir à gestão do município que estão as grandes diferenças com a candidatura do Partido Socialista. Mónica Ramôa, candidata da CDU, neste ponto, aponta o dedo às políticas locais, mas não esquece o poder central. Para a candidata da CDU a falta de investimento no interior é a principal causa da desertificação.

É na estratégia a adotar que está a grande questão. Em primeiro lugar é preciso alterar as prioridades das políticas locais, diz a candidata, e é preciso ter uma forte voz reivindicativa de mais investimento para o interior.

Um dos pontos fundamentais para a candidatura da CDU é o tipo de investimento que se quer para o concelho. Para a CDU, empresas de trabalho precário, como as que aqui se têm instalado, “não servem”. A candidata afirma ainda que a média salarial do concelho, abaixo da média nacional, apesar dos salários da UBI e do CHCB, provam que algo está mal e que é preciso mudar. Mónica Ramôa considera que só com qualidade de vida, apostando na cultura, no ensino, na saúde é que se consegue captar investimento de qualidade para criação de emprego com direitos. Uma posição com a qual João Corono, candidato do Bloco concorda em absoluto. O trabalho precário é o grande problema para que os jovens não optem pela Covilhã para viver.

Para o bloquista o combate à precariedade faz-se obrigando as empresas que aqui se queiram instalar a criar emprego efetivo.

E neste combate à precariedade, os organismos públicos têm que dar o exemplo, acabando com recibos verdes e com programas ocupacionais.

De resto as questões de investimento para o Bloco têm que ter por base um plano estratégico para a cidade, que deverá ser debatido entre todos. Têm ainda em projeto a criação de dois gabinetes na autarquia para ajudar à captação de fundos comunitários por parte das pequenas e microempresas do concelho. Este é também um tema prioritário para Vítor Pereira. Para o candidato do PS, é preciso continuar a apostar na cidade fábrica, uma das principais fontes de riqueza do concelho, mas considera também fundamental a ligação à Universidade da Beira Interior.

Vítor Pereira acrescentou que, se for reconduzido para um novo mandato, há população específica para atrair para o concelho: os filhos de emigrantes que estão em condições de regressar, agora como profissionais qualificados.

O candidato acrescenta que a fixação de população no concelho se consegue valorizando o que de bom tem o concelho, e apostando em dois dos diamantes da região: a serra e o rio.

Acrescenta ainda que, no que toca à indústria, a aposta deve continuar a ser na diversificação, nomeadamente no agroalimentar e nas tecnologias. Já Marco Baptista, candidato da coligação Vontade de Mudar, considera que são fundamentais as medidas que apresentou como prioritárias para os 100 primeiros dias de mandato, como a redução do IMI e do IRS, livros e refeições gratuitas para o 1º ciclo: medidas que visam fundamentalmente melhorar a qualidade de vida de quem aqui vive.

Para o candidato, o fundamental é reforçar a cooperação com a UBI e ao mesmo tempo dar às empresas condições para aqui se instalem, já que são as empresas que criam emprego e não a autarquia. É preciso é organizar os servições municipais, principalmente o urbanismo.

Para Marco Baptista, os programas eleitorais são importantes, mas mais importante é deixar de lado as guerras politicas, como aconteceram nos últimos 20 anos, e falar todos a uma só voz para defender os interesses do concelho. Só assim, os entraves, como as portagens na A23, poderão ser combatidos.