Verdinho: Comerciantes respondem a Vítor Pereira

Um grupo de comerciantes do centro histórico da Covilhã promete continuar os protestos até que o presidente da Câmara Municipal da Covilhã, “de uma forma clara, séria e transparente”, esclareça o que consideram “contornos dúbios e alterações não licenciadas”, que, no seu entender “inquinam o concurso do “Verdinho””.

Em comunicado enviado à Rádio Covilhã, um grupo de oito empresários mostra-se indignado com as declarações do presidente da Câmara da Covilhã, na sequência de uma reunião privada do executivo, a 11 de dezembro, que quando questionado sobre uma ação movida por dois empresários no Tribunal Administrativo de Castelo Branco, para impugnar o concurso, alegando irregularidades, Vítor Pereira referiu que tudo não passava de “especulações, invejas, má-língua, resistência à novidade e obstaculização”, uma resposta que o grupo de oito subscritores do documento considera “lamentável”.


O grupo escreve que “tais afirmações são caluniosas, desprovidas de falta de educação, de bom senso e de ética”, acrescentando que “demonstram ignorância e desprezo pelos empresários que com dezenas de anos de trabalho e investimentos feitos neste município, resistem e vão continuar a resistir à sua passividade, falta de engenho e arte, e à discriminação demonstrada nos últimos cinco anos como Presidente do atual executivo camarário”, acusam.

Os comerciantes em causa acrescentam que Vítor Pereira se remete à “maledicência” em vez de “clarificar e esclarecer acerca do processo de licenciamento da obra”. Para os mesmos há “muitas dúvidas acerca da legalidade” e denunciam a “falta de coerência em todas as declarações” feitas pelo presidente à comunicação social. Recordam as várias intervenções públicas do edil, desde logo na primeira reunião de câmara de 2019 em que Vítor Pereira terá dito que havia um “alargamento” do espaço mas que seria para “construir uma nova casa de banho para cidadãos com mobilidade reduzida”. Na reunião seguinte o tema voltou a debate e Vítor Pereira “negou qualquer ilegalidade na obra” e adiantou que “os técnicos da Direção Geral da Cultura do Centro (DGCC) visitaram o local”, e que na sequência das alterações pedidas pelo concessionário, teve que haver novo pedido de aprovação para aquela entidade”. O grupo de empresários recorda ainda que, Vítor Pereira referiu na altura aos jornalistas que, embora não quantificasse “em termos de metros quadrados, havia um acrescento, uma ampliação da área, designadamente de um pala que poderá, eventualmente, ter recuar”.

Os signatários da missiva enviada à comunicação social salientam também o facto de haver “uma esplanada fixa em vidro o que contraria a mencionada estrutura amovível prevista no caderno de encargos do concurso”.

Em nota de imprensa enviada aos jornalistas os comerciantes questionam se, face a essas alterações, o “parecer final da DGCC, foi emitido” ou “se o espaço abriu portas ao público sem a respetiva licença de utilização”, questionam mesmo como é que uma obra “esteve a decorrer em frente às instalações do urbanismo sem que tenha sido embargada, uma vez que aguardava parecer da DGCC às alterações feitas ao projeto inicial”.