Protesto na escola Montes Hermínios marca início do ano letivo

Foi em protesto que pais e encarregados de educação das mais de 90 crianças que frequentam a escola Montes Hermínios, no Tortosendo, iniciaram o ano letivo 2017/2018. Uma manifestação pacífica contra a “situação vergonhosa em que a escola se encontra”. Os pais garantem que, para além da segurança, está em causa a saúde dos seus filhos.

Odete Borges, à reportagem da RCC, diz que a situação “tem-se degradado a olhos vistos” e não entende o porquê de a “escola ter ficado de parte”, já que “outras tiveram intervenções”. Os encarregados de educação falam ainda de falta de condições na cantina, no recreio, sanitários insuficientes e degradados e parque infantil em vias de ruir. Rui Campos diz que o pátio acumulava água e que, de todas as carências, foi a única coisa que a autarquia resolveu.


David Silva, Presidente da Junta de Freguesia do Tortosendo, esteve presente no local e mostrou-se solidário com o protesto dos pais, pois “compete à junta de freguesia querer sempre mais e melhores condições”, havendo situações preocupantes e que urge resolver.

Jorge Vieira, diretor do departamento de obras e planeamento na Câmara Municipal da Covilhã afirmou, nos esclarecimentos que prestou na reunião do executivo, que todas as alterações ao calendário de obras foram comunicadas, em reunião, à direção do Agrupamento de Escolas Frei Heitor Pinto. Garantiu ainda que, face à preocupação manifestada nessa reunião pela situação dos sanitários, a autarquia minimizou o problema com a intervenção que realizou, embora estejam previstas intervenções de fundo na escola que serão realizadas “nas próximas pausas letivas para não perturbar o normal funcionamento da escola”.

Quanto ao Presidente da Câmara Municipal da Covilhã garante que as obras vão ser realizadas na totalidade e que só não o foram por questões “meramente técnicas”. No entanto, Vítor Pereira diz mesmo que este é um protesto que só acontece porque se está em plena pré-campanha eleitoral, tratando-se de “aproveitamento e chicana política vergonhosa”. O autarca afirma ainda que “tem a certeza que esta questão nem sequer se tinha levantado se não se estivesse neste período eleitoral”. Vítor Pereira explicou também que foi aberto concurso para a intervenção em 5 escolas, sendo que apenas 3 foram intervencionadas, mas as “obras estão contratualizadas e serão realizadas”.

Apesar do protesto, a escola abriu normalmente e a partir das 10 horas da manhã começaram as habituais reuniões de boas-vindas aos alunos.