USCB anuncia corrida 1º de Maio com críticas ao MAI

O Aumento do valor do policiamento nas corridas de cariz popular levou ao protesto da União dos Sindicatos de Castelo Branco (USCB), que, desde 1976, organiza a corrida 1º de maio na cidade.

A USCB foi confrontada com o aumento no ano passado, o valor passou de 774 euros para 2114, uma vez que “passou a ser taxada pela Tabela A daquele serviço e não pela B, como sempre aconteceu”, denunciou em conferência de imprensa Luís Garra, coordenador da USCB. A organização considerou a taxa um “absurdo, sem sentido” pagou e pediu esclarecimentos.


A primeira resposta que obtiveram chegou por intermédio do Grupo Parlamentar do PCP, que questionou o Ministério da Administração Interna (MAI). Segundo o MAI a prova foi integrada na tabela A por ter “prémios monetários” e inscrições. Uma justificação que Luís Garra não aceita, afirmando que “não há prémios monetários, nem cobra valor para inscrição”. Resolveram por isso interpelar o Comando Distrital da PSP, que deu uma resposta diferente. Segundo a polícia a alteração aconteceu “por ser uma prova de cariz popular” e “por ter atletas federados e não federados”, não estando inserida em competições da Federação Portuguesa de Atletismo.

Uma resposta que deixou “duplamente perplexa” a União de Sindicatos. Garra afirma que “não se sabe quem manda, se o Ministério da Administração Interna ou a PSP”. O sindicalista afirma que a questão tem por base “interpretações dúbias” de uma portaria que considera “uma porcaria”. Desde então os sindicalistas tentaram diversos contatos com o Ministério da Administração interna, mas “o governo limitou-se a empurrar com a barriga, numa atitude arrogante”, não só “não recebeu a USCB” como “não respondeu sequer aos pedidos de audiência”.

Apesar de toda esta polémica o sindicato decidiu manter a prova este ano, “mesmo dos custos acrescidos”, mas o historial e a força da prova” justifica a “gestão rigorosa que iremos fazer para a realizar”, reitera o coordenador. Luís Garra reforça que o regulamento da prova foi alterado, “foram retiradas expressões como “pagamento de inscrições” e “cariz popular” e foi acrescentado “prémios não monetários”. O mesmo afirma que “este é um problema de várias organizações” e que por isso irão “continuar a pressionar os grupos parlamentares” e fundamentalmente “os deputados do PS eleitos por Castelo Branco “para um esclarecimento cabal da situação” que se arrasta há um ano.

A prova irá para a estrada na manhã de dia 1 de maio tal como acontece desde 1976. No ano passado participaram cerca de 200 atletas.