CMC apresenta sistema de mobilidade inovador

O executivo obteve, no dia de ontem, na reunião privada extraordinária, a autorização dos termos gerais da concessão do sistema de mobilidade da Covilhã. O plano vai agora ser submetido à Autoridade de Mobilidade e de Transportes que se irá pronunciar sobre os termos gerais de concessão e seguidamente analisada pela equipa de consultores contratados pelo município. Vitor Pereira, presidente da câmara municipal, afirma que após esse processo “afinarão a proposta definitiva que irá ser apresentada novamente ao executivo e posteriormente na Assembleia Municipal, para seguir a concurso público internacional”. A concessão será para um período de 10 anos e está previsto iniciar dentro de um ano.

O autarca refere que “o sistema tem um conceito de mobilidade prática e integrada”. Se atualmente só existe concessão de autocarros, “com o novo sistema que será adotado passaremos a ter o estacionamento tarifado, 700 lugares em silos e 300 lugares à superfície. Fará ainda parte da concessão a mobilidade suave, trotinetas e bicicletas elétricas, que numa primeira fase serão opcionais, os elevadores e funiculares, duas carreiras, uma prioritária com ligação às Penhas da Saúde, outra opcional para a Torre, e uma aplicação para telemóveis”. Com a nova app será possível ver os horários, fazer pagamentos, reclamações e sugestões, avança o presidente.


Além da criação da linha entre o centro histórico e as Penhas da Saúde, “haverá uma inovação, uma linha permanente sempre a circundar o ”coração da Covilhã” e outras duas que provém do Teixoso e do Tortosendo para fechar a circularidade”, facilitando as deslocações dos passageiros frisa o autarca. Salienta ainda que “os abrigos de passageiros serão também remodelados, serão mais modernos, confortáveis e seguros, a publicidade dos mesmos também será concessionada, com um espaço para o município.”

O passe integrado será também mais barato do que atualmente existe, para os estudantes os passes serão gratuitos até ao 12º ano e para os portadores do cartão social municipal terá um pagamento de 50%.

Os funiculares e elevadores segundo a sugestão dos consultores é que deveriam ser taxados, contudo segundo Vítor Pereira, “ os mesmos não serão pagos pelos cidadãos residentes no concelho da Covilhã, incluindo estudantes e universitários, apenas serão taxados aos turistas por um valor de 0.50 cêntimos.”

Hélio Fazendeiro , chefe do gabinete do presidente da câmara, explica que relativamente ao estacionamento, “o que está previsto na concessão, é que o município vai lançar no concurso público internacional 1000 lugares de estacionamento na Covilhã, em que 700 serão subterrâneos, nomeadamente no silo auto municipal do Pelourinho, no silo auto Sporting da Covilhã e no silo auto do Palácio da Justiça”, este que irá passar a ser taxado. “Os 300 lugares, em termos de estacionamento de superfície serão distribuídos por duas zonas, a zona histórica e a zona nova da cidade, designadamente a zona do centro comercial da estação, junto à estação de caminhos-de-ferro, em direção à ANIL, e na Avenida da Europa.” Nestas áreas, o município vai determinar quais os lugares que irá aplicar a tarifa, isto é, existem áreas que hoje são taxadas e podem deixar de ser, assim como o inverso, sendo que a qualquer momento a câmara pode reajustar os lugares taxados.

Irá também ser implementado um plano de descontos para o estacionamento na superfície, isto é, os residentes que vivem onde há lugares de taxação, atualmente têm de pagar em dois períodos do dia, porém com o novo sistema, o edil explica que “numa casa onde existem quatro carros, o primeiro carro fica isento de pagamento, o segundo e o terceiro pagam 50% do preço e o quarto paga a totalidade.” O preço anual será de 30 euros, condições que segundo Vítor Pereira serão mais vantajosas do que aquelas que se praticam até agora.

Hélio Fazendeiro refere que “após a conclusão física das ciclovias, prevista para terminar ainda este ano, haverá a entrada de 40/50 bicicletas elétricas para demonstrar o conceito.” Reforça ainda que as ciclovias e o carregamento das estações das bicicletas, não fazem parte da concessão e são da responsabilidade do município.

No que diz respeito às bicicletas, a operadora compromete-se a ter pelo menos 100 bicicletas a funcionar, isto é, além das 40/50 bicicletas (oferecidas por entidades privadas à CMC em troco de publicidade), que o município inclui na concessão, a operadora terá de colocar em funcionamento mais cerca de 50 bicicletas, adquiridas pela própria empresa.

José Luiz Adriano, vereador do CDS-PP na autarquia, considera que “estamos a caminhar para um sistema de mobilidade mais integrado e mais pensado”. O vereador falava aos jornalistas no final da reunião privada extraordinária, onde confirma o voto de concordância nos termos gerais da concessão do sistema de mobilidade da Covilhã, já que “ acredita que os munícipes sairão beneficiados nas diferentes modalidades de passes pensados”.