UBI: Há mais alunos, mas faltam docentes, funcionários e financiamento

António Fidalgo, reitor da Universidade da Beira Interior (UBI) “reconheceu” ontem que a instituição “sofre da falta de docentes e funcionários de forma terrível” e mostrou “esperança “ que a nova legislatura traga a revisão do sistema de financiamento do ensino superior, que por diversas vezes já reivindicou.

António Fidalgo frisou que “até houve uma altura em que se sofria de falta de estudantes”, em contraponto à atualidade em que se sente, “de uma forma terrível, a falta de docentes a tempo inteiro, em particular na Faculdade de Artes e Letras, e a falta de funcionários em toda a universidade”.

Uma situação que relacionou com “as restrições orçamentais que são sobejamente conhecidas e reconhecidas por todas as instâncias” frisou, esperando que “a nova legislatura política tenha a visão e o propósito de corrigir erros passados e continuados pelo histórico do financiamento das instituições de ensino superior”.

O reitor da Universidade da Beira Interior falava na cerimónia de Abertura Solene do ano letivo e sublinhou, “com satisfação”, que a UBI ultrapassou este ano a fasquia dos 8 mil alunos, tem 8162, num crescimento que tem sido “progressivo”.

Em 2016 a UBI tinha 7046 alunos e este ano o reitor mostrou esperança de “atingir os 8 200, dos quais 20% estrangeiros”.

Para além dos números que “trazem contentamento”, o reitor sublinhou ainda “a tarefa infinda” da universidade em “conciliar cultura, ciência, tradição e inovação” defendendo que é necessário promover “culturas esclarecidas, tolerantes, abertas à diferença e universalistas” e “convocou” a academia para “uma luta à ciência inculta”.

António Fidalgo destacou a importância de transmitir conhecimento, mas reconheceu que “os jovens chegam à UBI” também para “obter competências sociais” e “espírito critico” que os torne “mais humanos, com valores de tolerância, solidariedade e de compromisso social e politico”, frisou.

O reitor deixou ainda o compromisso de, apesar do aumento do número de alunos, e referindo-se aos números por turma, “conseguir um meio-termo virtuoso” afirmando que a instituição “se tem vindo a aproximar” do que considera “um bom tamanho para uma universidade que aposta na personalização e na qualidade”.