Espetáculo-percurso “Brava” no Paul para unir a arte milenar do adufe ao teatro e dança

Brava é um espetáculo-percurso inserido no projeto “Guardo nas minhas mãos mais de mil anos de sabedoria” e une as Adufeiras do Paul com os criadores-interpretes da DEMO, Dispositivo Experimental Multidisciplinar Orgânico.

Segundo uma das criadoras, Cheila Pereira, “é um passeio performativo” que irá acontecer na zona ribeirinha do Paul, “para resgatar a nossa relação com a natureza”, para sermos “cada vez melhores seres humanos, vincou a responsável na conferência de imprensa que serviu de apresentação do evento.

O Brava vai chegar ao público em vários momentos. O primeiro espetáculo vai decorrer a 21 e 22 de março, na zona ribeirinha do Paul. O segundo decorrerá dentro da vila, com apresentações públicas marcadas para os dias 18 e 19 de Abril. Para além destes momentos, do projeto resultará um mapa-rota, “que ficará em permanência no território para quem queira fazer o mesmo percurso do espetáculo”, explica o coletivo de criadores.

Será também realizado um documentário que “condensa o processo de criação artística e materiais gráficos diversos”.

Haverá ainda “atividades paralelas”, direcionadas aos alunos do 5º, 6º e 7º anos, da Escola Básica Nº 2 do Paul.

Estas atividades, em forma de “Conversas &Caminhadas”, que propõem uma aproximação ao processo criativo, pretendem “envolver tanto quanto possível a população e os jovens alunos da escola da Vila”, salienta Cheila Pereira

Leonor Narciso, das Adufeiras do Paul, mostra-se muito satisfeita pelo facto “da equipa criativa da DEMO ter escolhido o interior” para desenvolver este projeto que considera um casamento perfeito entre “arte, pedagogia e saúde”, explicando que mesmo os elementos mais idosos do grupo, “com cerca de 83 anos” vão para os ensaios “conseguem memorizar, colaborar e sair de lá a rir-se e até as dores desaparecem”, concluindo que “mentalmente este é o melhor remédio que pode haver”

O espetáculo tem o apoio do Município da Covilhã, que destaca os dois eixos em que estese desenvolve. Regina Gouveia vinca que “para além do cruzamento entre a arte e o património natural, que é importante e que define o projeto”, destaca também “a parte educativa, que levará à educação artística e ambiental que é fundamental”, concluiu.