Na Covilhã 30 cientistas investigam o cancro no CICS-UBI

No Centro de Investigação em Ciências da Saúde da UBI, CICS-UBI, mais de 40% do total de investigadores, cerca de 60, “dedicam a sua investigação ao cancro”. Destaque para “6 investigadores seniores” que coordenam “linhas de investigação nessa problemática”, disse, à Rádio Clube da Covilhã, Sílvia Socorro, coordenadora do centro.

A investigadora falava à margem do seminário que o centro organizou, esta manhã, para assinalar o Dia Mundial do Cancro, e que juntou no auditório do Hospital Pêro da Covilhã alguns dos seus investigadores para “partilharem” conhecimentos. 

Entre muitos termos técnicos sobre essas investigações, saltam para a ribalta palavras como “cereja” e outros produtos endógenos da região, cujos “potenciais anti cancro são estudados”, explica ainda a investigadora.

A Coordenadora do Centro explica ainda que há “vários artigos científicos produzidos no CICS publicados em revistas científicas”, um processo que significa a sua validação pela comunidade científica, explicando que, “em ciência, o que não está publicado não existe”.

O grande objetivo de qualquer investigação nesta, e noutras áreas, é sempre ter “benefícios terapêuticos”, e Sílvia Socorro acredita que também o Centro de Investigação da UBI “vai chegar a esse ponto”.

Uma problemática sobre a qual temos que “estar atentos e ativos” disse Miguel Castelo Branco, presidente da Faculdade de Ciências da Saúde da UBI, na sessão de abertura do seminário. Para o professor, são necessários momentos como este “para organizar o saber”, uma vez que a “investigação e evolução nesta matéria acontece a um ritmo alucinante”.

João Casteleiro, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira salientou, na sua intervenção, “a multidisciplinariedade que existe, também no CHUCB, para abordar esta doença”, vincando que “até há pouco tempo a cirurgia era a única hipótese curativa”. Destacou ainda a mudança que existe face a esta doença que “está a deixar de ser encarada como incurável”, frisou.

A celebração deste dia baseia-se na Carta de Paris, aprovada em 4 de fevereiro de 2000, na Cimeira Mundial Contra o Cancro para o Novo Milénio. A Carta apela à aliança entre investigadores, profissionais de saúde, doentes, governos e parceiros da indústria no âmbito da prevenção e do tratamento do cancro.

O cancro é a segunda causa de morte em todo o mundo, mas, por outro lado, apresenta uma taxa de sobrevivência já superior a 50%. Em Portugal morrem 70 pessoas por dia com cancro, o que significa que, a cada hora que passa, 3 pessoas morrem vítimas da doença. No total, por ano são registados 25.000 óbitos. Os cancros que mais matam são os do cólon, reto e ânus, assim como os cancros da laringe, brônquios, pulmão e estômago.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, cerca de 40% de todos os cancros podem ser prevenidos e outros podem ser detetados numa fase precoce do seu desenvolvimento, tratados e curados.