Nuclear: Almaraz a funcionar até 2028 é perigoso para esta região e para a Península Ibérica

O Conselho de Segurança Nuclear (CSN) espanhol autorizou recentemente o prolongamento do funcionamento da central nuclear de Almaraz, em Espanha, até outubro de 2028, sendo que impôs 13 condições e limites a serem cumpridos.

O projeto, Movimento pelo Tejo, considerou “errado e de extrema gravidade” a continuação do funcionamento da central nuclear de Almaraz, que dizem estar “envelhecida e obsoleta” e que continuará a colocar em risco a Península Ibérica.

Os ambientalistas sublinham que a renovação da autorização para o funcionamento de Almaraz significa mais oito anos de produção de resíduos e um travão às alternativas locais de emprego e ao prometido plano de desenvolvimento local para o período do desmantelamento final da central.

Numa carta aberta dirigida ao ministro português do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, o movimento ambientalista sublinha que Portugal pode vir a ser afetado caso ocorra um acidente grave, quer por contaminação das águas, uma vez que a central se situa numa albufeira afluente do rio Tejo, quer por contaminação atmosférica, pela grande proximidade geográfica existente.

A central de Almaraz está situada junto ao rio Tejo e faz fronteira com os distritos portugueses de Castelo Branco e Portalegre, sendo Vila Velha de Ródão a primeira povoação portuguesa banhada pelo Tejo depois de o rio entrar em Portugal.

O movimento considera “errado e de extrema gravidade” o parecer favorável do CSN para a continuação do funcionamento da “central envelhecida e obsoleta que continuará a colocar em risco a bacia do Tejo e toda a Península Ibérica”.

Os ambientalistas pedem ao ministro do Ambiente uma intervenção e tomada de posição contra o eventual prolongamento do funcionamento da central nuclear de Almaraz junto do Governo espanhol, “a quem pertence tomar a decisão final, visto que o mesmo terá implicações diretas em território nacional”.

A Associação para a Defesa da Natureza e dos Recursos da Extremadura (ADENEX) exigiu a realização de um simulacro de emergência nuclear num raio de 80 quilómetros em redor da central nuclear de Almaraz.