A23 e A25: Plataforma pede isenção de portagens até final do ano

A Plataforma pela Reposição das Scuts na A23 e A25, perante o atual cenário, “defende a suspensão das portagens, pelo menos até ao final do ano corrente, como forma de amenizar os impactos do Coronavírus na vida das pessoas e das empresas”, acrescentando que a suspensão terá ainda como objetivo “estimular o turismo interno, que permanece paralisado pela Covid-19 e que é fundamental retomar”, explica em nota de imprensa enviada à comunicação social.

“Até agora não fazia sentido falar em isenção porque o que se pedia era que as pessoas ficassem em confinamento e que não houvessem deslocações, no entanto, a partir de agora, com a recuperação económica seria importante, até para promover a mobilidade interna”, explica Marco Gabriel, da Comissão de Utentes da A23, acrescentando “que a proposta também foi motivada por os transportes públicos ainda não estarem a 100%”, disse em declarações à RCC.

As diversas entidades que compõe o organismo, frisam que mantêm a “posição de princípio de que as portagens devem ser abolidas” e “apelam ao Governo por medidas extraordinárias”, que cheguem “rapidamente às empresas e trabalhadores para garantir a sobrevivência da economia regional”, colocando a suspensão de portagens como uma dessas medidas.

Na nota de imprensa a plataforma critica ainda o adiamento dos descontos nas postagens, anunciado por Ana Abrunhosa, Ministra da Coesão Territorial, em abril na Covilhã, afirmando que foi esta decisão que “motivou a reação da Plataforma”. Na carta agora endereçada à governante, manifesta “descontentamento perante a decisão tomada”, afirmando que o facto de adiar o processo tendente à abolição das portagens “é contraproducente do ponto de vista económico, financeiro e social”, salientando ainda que “o Interior do País, dada a sua situação de fragilidade, está já a sentir de forma ainda mais intensa e dura as consequências da pandemia” no seu tecido económico e social “absolutamente devastadoras para a tão desejada coesão económica e social.”

Marco Gabriel salienta “que mais uma vez a situação parece estar adiada sem termo à vista” e que com esta crise “os concessionários, por não terem passagens suficientes, começaram a exigir indemnizações”, situação que não acontecia se “as autoestradas fossem públicas e não houvessem parcerias público-privadas”, critica.

As várias entidades regionais que constituem a Plataforma p’la Reposição das Scuts, referem que, perante as atuais circunstâncias de crise, não desprezando a componente económica, “o mais importante é tomar decisões e adotar medidas de política que ajudem a atenuar as dificuldades das empresas e das populações”, sublinhando que os custos com o processo de abolição das portagens são “ínfimos” quando comparados com os custos da destruição do tecido económico e social que arrastará consigo “mais despovoamento e mais subdesenvolvimento do Interior”.

“O isentar das portagens é uma oportunidade que se cria de dinamização da região”, algo que torna “muito importante que esta medida fosse tomada de imediato”, vinca Marco Gabriel.

A Plataforma pela reposição das Scuts na A23 e A25 integra as Uniões de Sindicatos de Castelo Branco e da Guarda, as Associações Empresarias da Beira Baixa e da Região da Guarda, as Comissões de Utentes da A23 e A25 e o Movimento de Empresários p’la Subsistência do Interior.