Cereja: Prejuízos de 70% dominam visita da Ministra da Agricultura que fala em linha de crédito

A campanha da cereja este ano regista quebras na ordem dos 70% e na sua visita ao concelho do Fundão realizada ontem, a Ministra da Agricultura anunciou que a o governo está a estudar a possibilidade de criar uma linha de crédito bonificada para fazer face aos prejuízos provocados pelas condições meteorológicas adversas.

Maria do Céu Albuquerque, iniciou a visita num dos pomares das “Frutas Salvado”, onde as perdas são significativas e onde pôde ver nas árvores vários ramos de cerejas que não vingaram, bem como muita fruta “rachada”, que não tem aproveitamento comercial.

Os produtores garantem que dificilmente haverá memória de um ano tão mau e falam de uma situação “profundamente dramática”, que a ministra da Agricultura verificou hoje no local.

A governante revelou que a comissão técnica que analisará os seguros de colheita reunirá “em breve”, mas não deixou de reiterar a importância de os produtores aderirem aos seguros. “Relativamente às intempéries que assolaram esta região, onde a cereja é produzida, existem seguros que são cobertos em 60% por fundos públicos. Contudo, sabemos também que estes seguros não registam o nível de adesão que seria desejável. A Comissão Técnica criada, na qual os setores estão representados, irá reunir em breve para debater os seguros de colheita, para continuar este trabalho que é essencial, garantindo que as condições dos seguros vão ao encontro das necessidades dos agricultores”, frisou.

A titular da pasta da Agricultura alertou ainda para a importância dos produtores se organizarem “para, assim, ganharem escala e terem também mais capacidade de negociação e uma perspetiva de comércio externo mais alargada”.

O presidente da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes, também apresentou algumas propostas para ajudar a minimizar os problemas, nomeadamente a de que seja criada uma linha de crédito com cerca de 10 milhões de euros e com pelo menos um ano de carência e uma maturidade de cinco a seis anos.