Entre “nostalgia e dever cumprido” Xistra afirma: “Tentei acertar sempre”

Aos 46 anos, o árbitro covilhanense Carlos Xistra retirou-se dos relvados com “um misto de sensações entre nostalgia e dever cumprido”, disse em declarações à Sport TV no fim da partida que opôs o Futebol Clube do Porto ao Moreirense.

“Dei sempre o melhor com o sentido de acertar todas as decisões”, vincou o árbitro da AFCB, deixando ainda a crítica à falta de proteção aos árbitros: “Quando erramos é sempre a favor de uns, ao passo que os jogadores quando erram é só contra a sua equipa e por isso não nos sentimos tão protegidos como devíamos”.

Carlos Xistra frisa ainda que “é importante que as pessoas percebam que nós tentamos dar o nosso melhor e que o dia a seguir a um jogo mais mediático é muito mais penoso que o de um jogador”. “Nenhum árbitro é masoquista ao ponto de querer ser notícia no dia seguinte”, salienta.

“Nós tentamos sempre acertar tudo. Até com um lançamento de linha lateral nós ficamos frustrados, quanto mais em decisões que têm impacto no resultado” explica. “Trabalhamos muito e queremos que o futebol português evolua. Erramos como os jogadores erram e isso faz parte”, remata.

Da arbitragem, Carlos Xistra leva “uma escola de vida”, refere, deixando o apelo aos jovens “que não conseguem singrar no futebol como jogadores” que “pensem em ir para a arbitragem e contribuir para o futebol desta forma”.

Sobre a camisola que envergou após o apito final com a inscrição “Obrigado Amigos e Família”, o covilhanense salienta que “estes são o grande apoio de qualquer árbitro”. “São pessoas que se sacrificam por nós” e os “meus colegas sabem o que isto significa”.  

Em relação ao futuro, Carlos Xistra adianta que “sabe mais ou menos o que vai acontecer”, mas que não quer adiantar nada para já.