Portagens: Desconto “é um embuste”. Plataforma anuncia marcha lenta em protesto

A Plataforma p’la Reposição das Scuts na A23 e A25 anunciou hoje a realização de uma marcha lenta a 20 de novembro, para demonstrar ao governo “que não nos engana e não nos cala”, frisou o organismo ao fim da tarde em conferência de imprensa, após uma Tribuna Cívica que decorreu na Covilhã e que contou com cerca de 120 participantes.

Luís Garra, da União dos Sindicatos de Castelo Branco, vinca que “esta foi uma decisão tomada por unanimidade e aclamação” na Assembleia.

“Os descontos hoje anunciados são um embuste”, considerou o sindicalista, referindo-se à medida do governo que prevê um desconto de 25% nos veículos de classe 1 e 2 a partir do 8º dia de utilização das Auto Estradas 23 e 25. Uma medida para entrar em vigor a partir de 1 de janeiro, mas que “não traz benefícios à esmagadora maioria dos utilizadores”, disse Luís Garra, frisando que “tentar obrigar as pessoas a andar nas auto-estradas para ter desconto é algo que não lembraria ao diabo”.

A marcha lenta está ainda a ser programada mas a organização avança que pretende que se inicie na Guarda, Castelo Branco e Covilhã com os participantes a confluírem para o Fundão onde haverá “uma grande manifestação de descontentamento”.

“Esta não será “a batalha”, estamos prontos para uma maratona” avisou Garra, referindo que na Assembleia foi sugerido o bloqueio de todas as entradas da A23, algo que “não seremos nós a travar se houver condições para que isso aconteça, o povo o dirá”, concluiu.

José Gameiro da Associação Empresarial da Beira Baixa reforçou que estes descontos “não servem as pequenas, médias e pequeníssimas empresas da região” que “não vão usufruir de nada”, salientando que se está a “olhar para as grandes empresas que atravessam a região e que têm grandes frotas”.

Em termos turísticos Luís Veiga, administrador do grupo IMB, e líder do Movimento de Empresários pela subsistência do interior, afirma que “é mais barato ir de avião a qualquer país do norte da Europa do que pagar 60 euros de portagens para vir à Beira Interior. “Estes descontos não vão trazer mais turistas, estão a brincar connosco”, afirmou.

A Plataforma reclama a abolição definitiva das portagens e mostra-se disponível para negociar com o governo “um modelo de desconto até à abolição”. No imediato exige a suspensão de pagamentos, pelo menos até á Páscoa.