João Fonseca vence na Serra. Terminou em lágrimas a “Rampa dos afetos”

O covilhanense João Fonseca, campeão de montanha em título, venceu esta tarde a Rampa da Covilhã/Serra da Estrela, prova que o piloto terminou em lágrimas.

Na estrada não deixou os seus créditos por mãos alheias e provou ser o melhor, vencendo nos protótipos e na geral ao volante do Silver Car, “baixando ainda 6 segundos aos seus melhor tempo”, destacou em declarações à Rádio Covilhã.

Esta é a única prova em que participa, uma decisão que anunciou logo no final do campeonato do ano passado. “Decidi não correr mas esta prova é obrigatória, o público é magnifico, sou acarinhado de uma forma incrível, tinha que correr”, vincou com lágrimas nos olhos e orgulho em vestir “sempre” a camisola do Sporting Clube da Covilhã, disse.

Questionado no final se regressa “a tempo inteiro em 2021” olhou para Vítor Pereira, presidente da Câmara Municipal da Covilhã, e questionou, “Sr. presidente o que acha?”, numa clara alusão ao necessário apoio da autarquia.

E se a emoção desportiva foi grande ao longo do fim de semana, com uma organização considerada impecável do CAMI – Clube Aventura do Minho, e o apoio da Câmara Municipal da Covilhã, a cerimónia do pódio provou que o silêncio pode “ouvir-se mais alto” que o rugir dos motores.

A primeiro momento marcante foi um minuto de silêncio em memória da jovem copiloto, que ontem perdeu a vida no Rali Vinhateiro na Marinha Grande. Seguiu-se o aplauso aos vencedores das várias classificações e terminou-se com o “gesto nobre” de João Fonseca, que ofereceu a Taça de vencedor aos pais de Miguel Ramos, jovem natural do Paul, apaixonado pelo desporto automóvel e que perdeu a vida, em março passado, num acidente de viação.

Nesta edição da rampa destaque também para o covilhanense Flávio Sainhas que venceu nos Clássicos de Montanha, mostrando-se “feliz” com este resultado, sendo que esta é também a única rampa em que vai participar já que, face à pandemia, o investimento que fez para a época acabou por não se concretizar e está agora a “pensar no projeto para 2021”, referiu.

Vítor Pereira, presente também nesta cerimónia simbólica, não escondeu o orgulho por esta continuar a ser “uma das melhores rampas do país”, garantindo que a autarquia “contínua empenhada em coloca-la no calendário internacional”, frisando que “são precisas outras condições e estamos a trabalhar nelas”, disse.

A prova integra as comemorações dos 150 anos da elevação da Covilhã a Cidade.