Covilhã: Transportes continuam a concurso. Transdev fica mais 6 meses

A Câmara Municipal da Covilhã prorrogou, mais uma vez, o prazo para o concurso do sistema de mobilidade da Covilhã, porque tem “fundadas” expectativas de que surjam empresas interessadas na concessão.

O despacho do presidente da câmara, com data de 21 de dezembro, foi à reunião pública do executivo, na última sexta-feira, para ratificação. Durante a discussão do tema Adolfo Mesquita Nunes, vereador do CDS defendeu que este concurso deveria ser “parado”.

“Sei da enorme dificuldade de se estar a definir algo tão estrutural para a cidade num momento tão extraordinário”, defendeu, avançando no entanto que, como nem a Câmara, nem os concorrentes têm a noção “de quanto tempo a pandemia vai durar, e como vai ser a procura e oferta nos anos em que o concurso vai vigorar”, seria benéfico parar o atual concurso e não eternizar o processo.

“Não é que não seja urgente, porque o é, mas é difícil fazer um contrato de concessão que é por 10 anos e que pode ficar contaminado por uma situação que não vai durar o tempo todo”, defendeu.

Vítor Pereira esclareceu que no caso de um concurso não existe a figura do “parar”, sustentando que a autarquia poderia optar por “encerrar” o que significaria andar “eternamente com as concessões como a atual que não ficam baratas”.

O autarca frisou ainda que a câmara tem a “expetativa fundada” de que existam interessados na concessão e por isso opta “pela prorrogação de prazo”.

Na mesma reunião a maioria socialista, com a abstenção de Adolfo Mesquita Nunes, uma vez que, o vereador Carlos Pinto saiu da reunião após o período antes da ordem do dia, aprovou a adjudicação, por ajuste direto, dos transportes urbanos da Covilhã à Transdev por mais 6 meses, com o valor de 735 mil euros.

Mesquita Nunes referiu que “compreende” as razões da autarquia, pois tem “um operador no terreno convida-o a continuar”, mas defendeu que “dados os valores envolvidos” o concurso deveria ser aberto à concorrência, ou pelo menos ter a consulta de outras empresas, por forma a tentar baixar o preço.

O presidente da câmara justifica-se afirmando que “estes são os preços que se verificam por todo o país”, pois as empresas “sabem que as autarquias têm que proporcionar transportes aos munícipes, e prevalece a lei da oferta e procura”, disse.

O autarca mostrou “esperança” que com a vacinação, a pandemia possa ser controlada e o mercado volte à normalidade neste setor.