Cláudia André: “Governo fracassou na resposta às carências escolares”

Para Cláudia André, o Governo fracassou na resposta às carências das escolas e dos profissionais de educação provocadas pela pandemia da covid-19. A parlamentar eleita pelo círculo de Castelo Branco falava na Assembleia da Republica.

Depois da aprovação do nono Estado de Emergência, a deputada defendeu a permanência dos alunos nas escolas até ao 6º ano e o confinamento para os alunos do Secundário e Ensino Superior “devido à gravidade da situação epidemiológica presente”. Contudo Cláudia André mostra-se preocupada com o facto das “desigualdades e dificuldades verificadas em abril se manterem”.

“Apesar dos prometidos computadores, é facto que hoje a esmagadora maioria dos alunos, professores e escolas continuam sem os mesmos, com baixa cobertura de rede e sem formação específica. Preocupa-nos que os alunos confinados, ou de risco, não tenham a garantia de apoio personalizado às suas necessidades e preocupa-nos que os professores de risco também não vejam garantida a possibilidade de lecionar a partir de suas casas. Mas o que mais nos preocupa é o facto da situação epidemiológica ser grave e apesar disso não se vislumbrarem quaisquer medidas adicionais nem para alunos nem para docentes e não docentes. Não há testagem nem está prevista nenhuma prioridade na vacinação”, afirmou a parlamentar durante a discussão de uma declaração política apresentada pelo Bloco de Esquerda.

Ainda sobre os problemas expostos pela pandemia, Cláudia André questionou o Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, na Comissão de Educação, Ciência, Juventude e Desporto, realizada a 12 de Janeiro, de forma a tentar saber “qual a posição do Senhor Ministro no que diz respeito à existência de testes e/ou vacinas nas escolas para ajudar que estes profissionais da educação se consigam precaver?” Apesar do Ministro “empurrar” a questão para o Ministério da Saúde e para a DGS, Cláudia André afirma que os professores deverão de ser “testados ou vacinados, caso contrário, não estão protegidos para trabalhar nas escolas, assim como os não docentes”.

A parlamentar quis ainda saber o que está a ser planeado relativamente às condições de acesso ao ensino superior, cujo Secretário de Estado garantiu que as normas sairiam em breve e ao concurso de professores, em que o Ministro da Educação afirmou não pretender alterar nada.