“… é esse o objetivo do +Academia, preparar os alunos para a componente profissional”

Em continuação à entrevista anterior, sobre os fundadores do +Academia, decidimos entrevistar ex-membros deste órgão de comunicação social da Universidade da Beira Interior para que eles pudessem mostrar o seu testemunho sobre a sua passagem por este jornal. Francisco Nascimento e Ricardo Esteves, estiveram à frente do +Academia e  garantem que se queremos ser jornalistas é certo que é importante falar da parte teórica, sobre filósofos e por aí adiante, mas que o mais importante de tudo é ganhar prática e nesse aspeto a UBI  e o +Academia são muito enriquecedoras.

Quais foram os motivos que vos levaram a estar à frente do +Academia?


Francisco – Eu era presidente do Ubimedia na altura, então fiquei com o pelouro de uma das editorias do +Academia. O +Academia é um trabalho conjunto entre a AAUBI e o Ubimedia, pelo facto também de ser líder do núcleo de estudantes. Ricardo – No meu caso, foi entrar na Associação Académica como coordenador de Relações Públicas e Comunicação e o +Académia fazia parte das minhas funções.

Quais foram as experiências que ganharam com este projeto e quais os ensinamentos que levaram para o futuro?

Ricardo – O maior ensinamento foi gerir uma equipa, fazer uma equipa e geri-la. O mandato da associação académica começa em janeiro e acaba em dezembro, ou seja, apanha dois anos letivos diferentes. Eu tinha uma equipa montada na primeira parte e metade saiu depois do verão, tive de montar outra novamente, por isso é que não consegui fazer tudo aquilo que queria.

Francisco – Aquilo que eu tirei do +Academia foi exatamente a experiência que tu levas depois para a tua vida profissional. Normalmente nos primeiros anos são teoria e pouco mais que isso e o curso da UBI marca pela diferença nesse aspeto, porque tem muita prática mas, ainda em relação a isso nós, alunos, temos ainda o +Academia que nos permite ganhar mais experiência profissional que vai ser muito boa nos anos seguintes, quando nós iniciarmos a nossa carreira e o que eu retiro daí, é exatamente isso: experiência.  Porque nós, na Covilhã, vamos a um evento, a um teatro, a um concerto, a um evento promovido pela UBI e conseguimos logo a partir daí lidar com a notícia, conseguimos elencar uma notícia, os principais pontos da mesma. 

Ricardo, sentes que o facto da equipa se ter dividido dificultou o teu trabalho?

Ricardo- Sim, dificultou um bocado. Ainda por cima foi uma altura de mudança, em que nós mudamos o +Academia, para o site da AAUBI. Quando começámos o mandato, queríamos produzir um certo número de páginas e lançar o tráfego todo para um sítio só. 

Francisco, sentes que sem o facto de teres estado presente no +Academia, o teu percurso tornar-se-ia, agora, muito mais complicado? Ou sentes que isso não iria acontecer?

Francisco -Em certos aspetos acredito que sim, porque fui lidando com eventos, com pessoas, lidando com algumas notícias mais complicadas que depois acabam por me dar um maior à vontade quando comecei a minha vida profissional. E quem fala do +Academia, fala também do URBI ET OBI, da RUBI, da TUBI e por aí fora, a UBI nesse aspeto tem um elenco enorme que possibilita aos jovens iniciar a componente prática desde muito cedo.

Quais foram os acontecimentos mais marcantes que puderam presenciar enquanto estiveram presentes a nível de eventos, que notícias é que mais vos chocaram?

Francisco- Talvez o manifesto que a AAUBI entregou na câmara municipal da Covilhã, para que os estudantes fossem vistos de outra forma por parte da autarquia. Na altura, e talvez agora ainda, a autarquia olha um bocadinho para os estudantes como uns miúdos. Quis marcar um pouco a posição e mostrar ao município que os alunos da UBI não são apenas uns miúdos, mas sim pessoas com ideias e que podem levar a Covilhã para a frente em diversos pontos, que é sem dúvida aquilo que a UBI faz nesta cidade.

Ricardo- Nós iniciámos com uma reportagem ao aluno João Correia, depois fazíamos entrevistas semanais aos estudantes de desporto. A primeira ou segunda entrevista teve mais de 80 mil visualizações e foi dos melhores momentos, isso e as reportagens da semana académica assim como da receção ao caloiro. 

E que conselhos podem dar aos novos membros?

Francisco- O conselho que posso dar é que, não tenham medo de fazer o que quer que seja. Se algum dia por acaso tiverem a oportunidade de irem a uma reunião autárquica na câmara municipal da Covilhã, vão, é maçador acredito e vão ter 3 horas secantes, mas aquilo vai ser muito enriquecedor para vocês no futuro, é esse o objetivo do +Academia, preparar os alunos para a componente profissional e, portanto, nunca se esquivem a ir a um evento, seja ele qual for, mesmo que não seja ele do vosso interesse. Mais tarde, quando estiverem na vida profissional a trabalhar numa redação, não vos vão perguntar se vocês gostam disto ou daquilo, mandam vos ir e pronto. Portanto se vocês, a partir desta fase de estudante, já conseguirem começar a ganhar esse interesse e esse à vontade é muito, mas muito importante.

Ricardo- Um conselho mais direcionado para as pessoas que estão à frente, que têm mais experiência, para o pessoal do segundo ano, terceiro ano é de que vos guiem mais um bocadinho. Na minha altura dizia aos miúdos que estavam a entrar, para fazerem notícias com os estudantes mais velhos. Ou seja, duas pessoas a fazerem uma notícia, uma pessoa mais experiente e outra menos experiente, para os jovens experimentarem e perceberem que de facto, é uma plataforma ideal para começarem a ganhar o gosto. É também uma plataforma ideal para falharem e para aprender com os erros. E nesta área, errar para o mercado não convém muito.

-Rui Paixão
-Vera Duarte