Associação de Arqueologia Industrial critica demolição do Tinte Velho

A Associação Portuguesa de Arqueologia Industrial (APAI), endereçou uma carta aberta à Ministra da Cultura, no âmbito do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios onde condena a demolição do Tinte Velho.

Na missiva a APAI exige “a salvaguarda, a conservação e a valorização do património industrial, em nome dos bens culturais do país, que se promova uma política para o património industrial e que tais atentados parem e não ocorram de novo”.


Vinca que a demolição do Tinte Velho é um “desrespeito pela Lei de Bases do Património Cultural, aprovada pela Assembleia da República em 2001 e regulada pelas leis de desenvolvimento” e que o cumprimento desta lei devia ser “umas das principais preocupações”, da ministra da Cultura.

A Associação afirma que “mesmo quando emergem documentos que podem suprir” a “falta de estratégia programática para o património”, “o seu destino acaba por ser uma qualquer gaveta. E foi numa qualquer gaveta que permaneceram todas as recomendações”, todo o conhecimento “produzido e uma visão de gestão integrada e sustentável da cidade”.

“Talvez a Carta de Recomendação do Património Industrial para a Cidade da Covilhã, ao longo de quase duas décadas, tenha constituído, afinal, mais um problema do que uma solução”, pode ler-se no documento.

A APAI condena “os tantos atropelos às leis do país e há falta de regulação, que é uma atribuição da administração central, independentemente das omissões ou faltas de acompanhamento dos processos”.

Na missiva é ainda questionado em tom de ironia se o que terá levado à demolição do Tinte Velho é o facto de este não ser “um edifício que se afirmasse no território pela sua arquitetura erudita, nem por uma volumetria impositiva”, não conter “equipamentos industriais no seu interior”, se desconhecer “a sua autoria”, a “sua área construtiva ser reduzida” e ter “a marca da antiguidade”.

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