Lítio: Covilhã defende que parte dos lucros da exploração deve ser para autarquias

Uma moção aprovada na Assembleia Municipal da Covilhã defende que parte do lucro da exploração mineira deve ficar nos municípios.

A proposta partiu da bancada do PSD e o deputado José Sardinha defendeu que, face à iniciativa governamental que está a promover a regulamentação da lei do aproveitamento dos recursos geológicos, se deve “exigir” que se “reserve um valor percentual dos royalties, que o estado vai receber com a exploração mineira do lítio e outros recursos geológicos, para a dirigir diretamente aos municípios e freguesias de forma a beneficiar a população”.


Segundo explicou não significa que se defenda a exploração de lítio na Argemela, mas esta “é a oportunidade para defender a população, antes do governo publicar a legislação”.

A moção foi aprovada, mas levantou muitas dúvidas durante a sua discussão.

Hélio Fazendeiro, do PS, vincou que “ a Assembleia já aprovou moções contra a exploração de lítio” e ao aprovar uma moção com este teor, fica a ideia de que “agora que a questão é receber dinheiro a posição é outra”. Hélio Fazendeiro sugeriu mesmo que no corpo da moção se deveria especificar que, apesar das propostas para a revisão da lei, “se é contra a exploração de lítio na região”.

Para além desta questão, que o PCP também levantou, a bancada comunista especificou que defende “que se o país tem recursos devem ser explorados, mas que as mais-valias devem ficar no país e não em consórcios internacionais”, disse Vítor Reis Silva, defendendo que “não se deve” sequer “participar neste processo legislativo”, uma vez que a Assembleia “é contra a exploração”.

Uma posição criticada pelo CDS. “Não participar é o pior erro democrático”, afirmou João Lopes Bernardo. O centrista defende que se deve participar “nem que seja para dizer que somos contra a exploração”.

A moção acabou por passar com 22 abstenções, 9 votos a favor e 4 contra.