Intenção de instalar hospital privado na Covilhã gera polémica na reunião do executivo

A Câmara Municipal da Covilhã aprovou, por maioria, um protocolo de cedência de terrenos para a instalação de um hospital privado na cidade, que segundo a informação avançada por Vítor Pereira, significa um investimento de 50 milhões de euros, para criar 350 postos de trabalho, 135 deles de médicos.

Uma intenção que os dois vereadores da oposição, Adolfo Mesquita Nunes (CDS) e Carlos Pinto (De novo Covilhã) saudaram, mas discordaram da forma como a negociação foi conduzida pela Câmara Municipal.


Segundo Vítor Pereira, as negociações aconteceram entre a autarquia e a empresa Forumlar, com quem o protocolo para cedência de terrenos será formalizado, com a condição de que estes sirvam apenas para esse fim, ou reverterão de novo para o município.

Os terrenos terão uma área de 25 mil metros quadrados, junto à Escola Internacional, explicou o autarca, especificando que a unidade terá numa fase inicial 4 mil e 200 metros quadrados de implantação, com 3 pisos, com, entre outros serviços, 3 blocos operatórios, várias dezenas de quartos para internamento, unidade de cuidados intensivos, imagiologia e urgência 24 horas.

Carlos Pinto critica o facto de o grupo se fazer representar “por uma empresa com 10 mil euros de capital”, questionando “porque razão um grupo hospitalar precisará de uma empresa de mediação imobiliária para se instalar”. Carlos Pinto afirmou que para este negócio não há certezas, destacando que “qualquer presidente de câmara deste país viria aqui com um documento que o provasse”. Por várias vezes perguntou mesmo a Vítor Pereira se sabia qual era o grupo que se quer instalar na Covilhã.

Adolfo Mesquita Nunes, vereador do CDS também votou contra, um voto que “diz respeito ao instrumento utilizado” para firmar o acordo e ao facto de a cláusula que diz respeito à reversão do terreno não prever um período temporal para que a construção aconteça. Segundo explicou, caso durante 10 anos nada se construa, a Câmara não poderá acionar essa cláusula.

Vítor Pereira afirma que todos os interesses da autarquia “estão salvaguardados”, “se porventura o grupo perder o interesse no negócio, o terreno reverte para o município”, frisando que no contrato definitivo ficará plasmado o tempo limite para essa construção.

O autarca afirma ainda que o negociar com a empresa imobiliária é “o normal” nesta situação, afirmando que sabe quem é o grupo hospitalar, mas é uma informação que “está blindada”, até por “uma questão de competitividade entre concelhos, cidades e regiões”, disse aos jornalistas no final da reunião.