João Casteleiro eleito presidente da A. Municipal apela “à união do interior”

João Casteleiro foi reconduzindo no cargo de presidente da Assembleia Municipal da Covilhã, sendo ladeado na Mesa por Graça Sardinha e Paulo Ranito, repetindo-se a mesma composição do anterior mandato. A eleição decorreu esta manhã, durante a cerimónia de instalação e tomada de posse dos membros do órgão, que teve lugar no renovado Teatro Municipal.

Para a eleição da Mesa apenas o PS apresentou lista, que foi aprovada com 25 votos a favor, 13 brancos e 4 nulos. A eleição aconteceu depois da tomada de posse dos 22 eleitos da assembleia municipal, 11 eleitos pelo PS (João Casteleiro, Hélio Fazendeiro, Graça Sardinha, Paulo Ranito, Jorge Torrão, Catarina Mendes, João Flores Casteleiro, Nuno Pedro, Vânia Neves, Pedro Bernardo e Afonso Gomes), 8 pela coligação “Juntos, fazemos melhor” (Adolfo Mesquita Nunes, Hugo Ferrinho Lopes, Vanda Ferreira, Jorge Vaz, Nelson Carvalho, Joana Rocha, Luís Rodrigues e Nuno Reis), dois pela CDU (Vítor Reis Silva e Mónica Ramôa) e um pela coligação “Covilhã tem força” (Fernando Pinheiro). Tomaram também posse no órgão os 21 presidentes de junta do concelho.


João Casteleiro começou o seu discurso na cerimónia protocolar a falar como presidente cessante e agradeceu “a entrega de todos à causa comum do concelho”. “Foi um mandato vivo em que, com frontalidade e honestidade democráticas, se debateram ideias e valores discordantes, mas que, dada a forma sincera como foram debatidos, deram um contributo decisivo para o desenvolvimento do concelho”, disse, afirmando que “foi um orgulho presidir à Assembleia Municipal”. Olhando para o passado deixou ainda uma referência pessoal e institucional a António Pitrez, eleito da Assembleia Municipal que faleceu em novembro de 2019.

João Casteleiro enalteceu ainda a forma como decorreu a campanha eleitoral que teve como “nota dominante o respeito pela democracia”.

Não esqueceu os presidentes de junta para quem deixou “uma palavra de admiração pelo trabalho de proximidade que exercem junto das populações”, especificando que, “é muitas vezes contactado pelos autarcas (enquanto presidente do CHUCB) para saber de algum conterrâneo doente”, afirmando que “muitas vezes os presidentes de junta se substituem aos próprios familiares”.

A pandemia também esteve presente no seu discurso, para assinalar os efeitos nefastos que o afastamento, a ausência de um abraço e a falta de despedida aos que partiram, provocaram na saúde mental. Evidenciou que na região se teve das melhores respostas no combate à pandemia graças à união que aconteceu entre instituições e autarquias.

A cardiologia de intervenção no CHUCB que “a pandemia atrasou” e a unidade de medicina nuclear, no Fundão, e que “a breve trecho pode servir toda a Beira Interior, são fundamentais para manter o nível de cuidados que as populações merecem promovendo a coesão territorial”, destacou ainda na área da saúde.

João Casteleiro apelou também “à união dos municípios do interior”, “para aumentar massa crítica e capacidade de intervenção”, afirmando que só será conseguida “se houver unidade solidária sem subserviência ou sobrancerias, criadas muitas vezes por unidades territoriais desfasadas da realidade e sem importância efetiva”.

Afirma que nesta matéria a posição deve ser “ninguém é melhor ou pior em tudo. Há diferenças e assimetrias que deverão ser corrigidas e colmatadas por todos, não abandonando os mais fracos à sua sorte”, afirmando que “assim são as comunidades”.

“É mais o que nos une, que o que nos separa”, é já a habitual forma de João Casteleiro concluir as suas intervenções e hoje não foi diferente.