Atual mapa da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela volta a ser criticado

Na reunião da Assembleia da Comunidade Intermunicipal das Beira e Serra da Estrela, as criticas ao mapa da CIM-BSE voltaram a ouvir-se durante o período antes da ordem do dia.

O tema foi introduzido pelo presidente da Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, Carlos Condesso, durante a sua intervenção como anfitrião da reunião, defendendo que é necessário haver “uma estratégia coletiva para a comunidade”, tendo que ter em conta também territórios vizinhos.


O autarca afirmou que no caso de Figueira de Castelo Rodrigo, “se fosse feito um referendo à população do concelho, grande parte responderia que gostaria de pertencer à CIM do Douro e também à CCDR [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional] do Norte porque têm mais ligação a esta zona do que à Serra da Estrela”, disse.

No período de antes da ordem do dia, o deputado Cláudio Rebelo (Mêda) disse que não se identifica com a CIM-BSE e que deve ser feito “um debate sério”. Rui Ribeiro (Guarda) disse que a CIM-BSE “é hoje uma instituição opaca” e defendeu “mais partilha de informação”.

Na resposta aos deputados, o presidente da CIM-BSE, Luís Tadeu, afirmou: “Aquilo que nos une é mais do que aquilo que nos divide”. “O que nos resta é empenhar-nos em defender estes territórios e desenvolvermos projetos e planos que possam permitir que toda esta região se alavanque e ganhe outra capacidade de investimento e de atração de gente”, desafiou.

Recordar que sobre este tema o presidente da Câmara Municipal da Covilhã, Vítor Pereira, já por diversas vezes defendeu que os municípios da Cova da Beira, Covilhã, Fundão e Belmonte, devem passar para a CIM Beira Baixa. Um tema que abordou em outubro, durante a sua tomada de posse para novo mandato.

Realçou no discurso que “os laços entre os 3 municípios da Cova da Beira são sólidos”, e vincou que a Beira Baixa “como região natural e unidade orgânica territorial historicamente criada no Sec. XIX, reclama a sua recomposição, pelo que é imperioso pôr termo ao seu desmembramento ultimado pela “mal atamancada” reforma administrativa de 2013, que redesenhou o mapa das associações de municípios, deslocalizando vários polos, como é o caso da Cova da Beira”, pelo que “o desafio da recomposição da Beira Baixa” pode ser um desafio do mandato, disse.

Especificou na altura que “esta sua vontade, não é falta de apreço ou quebra de solidariedade política ou institucional aos municípios que integram a CIM-BSE”, vincando que “a Beira Baixa tem uma identidade própria, bem delineada e circunscrita e o decorrer dos tempos não veio dizer coisa diferente. Há uma homogeneidade, identidade e história”, disse o presidente da Câmara Municipal da Covilhã.