Aeródromo Municipal da Covilhã: Carlos Pinto responde a Vítor Pereira

Em comunicado enviado à nossa redação, Carlos Pinto, ex-presidente da Câmara Municipal da Covilhã, responde a Vítor Pereira, atual autarca, no caso do aeródromo Municipal da Covilhã.

Carlos Pinto começa por afirmar que as declarações de Vítor Pereira “não são novidade”, afirmando que “os lamentos sobre a decisão de uma Câmara em que ele próprio era vereador e que naquela época também apoiou, já tem barbas”. “De tempos a tempos lá recua ele nove anos a lamentar o “aeródromo” – que, como agora diz e não disse à época, não valeu a “pena” – desprezando o que ali nasceu no lugar daquela pista de 800 metros, que para nada servia e para nada serviria hoje”, sustenta ainda Carlos Pinto.


Afirma no documento que à época as “aterragens eram episódicas, por cada vez maior necessidade de prolongamento para mínimos de segurança” e “como base de ataque a incêndios não podia receber os cada vez maiores aviões de carga de água para combate”, afirmando ainda que “como pista para o futuro, fosse o que fosse esse futuro, só uma nova pista com um mínimo de 2 200 metros serviria o que o mercado aéreo viesse a determinar”.

“Daí que a desativação da pista de 800 metros tivesse nascido e sido aprovada pela Direcção-Geral de Aeronáutica Civil, bem como o projeto de uma nova pista, para erguer a nascente da Covilhã, em terrenos perfeitamente definidos”. Para Carlos Pinto, “o antigo aeródromo mesmo sem o investimento da PT tinha o destino traçado no Plano Geral de Urbanização da Covilhã, com uma UOP – Unidade Operativa de Planeamento”.

Sobre a questão do curso de aeronáutica da UBI explica que “a desativação do Aeródromo foi aprovada expressamente pelo seu Reitor e vertida em documento próprio, e não consta que a qualidade do ensino e a procura do curso tenha diminuído. Como não diminuiu no IST – Instituto Superior Técnico, onde há licenciatura em Aeronáutica e não há pista de aviação”.

No documento, tece ainda criticas à atuação do atual presidente de câmara, vincando que “não percebe porque razão não foi lançado, nestes dez anos, o novo aeródromo cuja inexistência é uma “pena” como diz”.

“A Câmara é da cor do partido do primeiro-ministro. A ministra dos fundos comunitários foi eleita deputada por Castelo Branco. O presidente da Câmara é presidente da Federação do PS de Castelo Branco. Para a Região, qual o benefício de todos estes cargos e votos? Pelos vistos servem para nada”.

Considera que Vítor Pereira com estas declarações está a atacar pessoalmente o antigo autarca e a “tentar apoucar cinco mandatos, vinte anos de obras e iniciativas que ultrapassaram uma crise industrial medonha dos anos 80/90 do século passado, lançaram uma nova cidade a sul, infraestruturaram uma Cidade moderna e lançaram as bases produtivas do que é hoje a Covilhã: não apenas uma Cidade Têxtil, mas onde há Novas Tecnologias, onde se formam engenheiros e médicos, existe um grande Hospital que ajudamos na decisão política e lançámos, parque de Ciência e Tecnologia, dois parques industriais, novos jardins e parques, habitação social e comércio pujante, novos hotéis e novas avenidas”.

Afirmando que “ao fim de dois mandatos e meio, quase dez anos passados, o atual edil, tem como obra a apresentar aos covilhanenses uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma”.

Concluiu que “se como é dito pelo presidente da Câmara que não trocava o aeródromo antigo e sem uso, pelo que existe hoje no Data Center, é lamentável que nos Paços do Concelho esteja quem ignora o que valem cerca de 400 novos empregos e um investimento ali realizado de 110 milhões de euros de tecnologia de ponta”.