Oposição acusa autarquia de “tentar desviar o foco dos covilhanenses do ruinoso contrato de mobilidade”

A Câmara Municipal da Covilhã está a “tentar desviar o foco dos covilhanenses do ruinoso contrato de mobilidade, que assinaram muito ao estilo socrático, para que a população não seja devidamente esclarecida”, acusa a coligação “Juntos Fazemos Melhor” na sequência da troca de acusações sobre o sistema de mobilidade, que tem motivado conferências de imprensa e esclarecimentos.

Em nota de imprensa, a coligação cita o clausulado do contrato que prevê “zonas de estacionamento tarifado na via pública em número não inferior a 1.000 lugares”, e com recurso a imagem, descreve a proposta que a autarquia entregou para votação na última reunião de câmara, na qual consta a “criação de 1.206 lugares pagos”, descrevendo 148 lugares taxados na Avenida Frei Heitor Pinto, Jardim Público e Avenida da Universidade; 870 na Avenida Mateus Fernandes, toda a zona da Anil, estacionamento do Jardim do Lago, Jardim das Artes e ao redor do Serra Shopping e mais 188 lugares em toda a zona envolvente do tribunal e Bairro da Estação”.


Referir que o documento acabou por ser retirado da ordem de trabalhos, com Vítor Pereira a explicar que iria ser alterado.

Os vereadores da oposição afirmam ainda que “para justificarem a sua própria incompetência, reportam a mandatos de há 24 anos e a decisões tomadas por outros protagonistas políticos em mandatos anteriores”, respondendo às acusações de Hélio Fazendeiro, presidente da Comissão Política Concelhia do PS.

Recorde-se que na conferência de imprensa da concelhia socialista, que teve lugar no passado dia 21, Hélio Fazendeiro recordou o passado para afirmar que a oposição que agora critica o sistema de mobilidade “é a mesma que é responsável pela introdução do estacionamento pago na Covilhã, em 1999”.

No documento enviado à RCC, a oposição questiona Hélio Fazendeiro, que intitula de “chefe de gabinete/deputado municipal/porta-voz do presidente da Câmara Municipal/líder da concelhia do PS e protocandidato” sobre o porquê de não ter explicado porque é que “as receitas ficaram todas para a empresa e os encargos para a Câmara Municipal; porque é que a empresa é autorizada a colocar, de forma gratuita, 420 estruturas publicitárias e um covilhanense, que queira fazer publicidade ao seu estabelecimento comercial, tem de pagar uma taxa; porque é que a câmara já pagou mais de 4,5 milhões de euros e ainda vai pagar 9 milhões de euros à empresa concessionária; e porque é que já se gastou 1 milhão de euros nas ciclovias para fazer, desfazer e pintar imagens nas estradas”.

“Se perdessem o tempo a governar, a arranjar as estradas, a atrair emprego para o concelho, a fixar os nossos jovens, a resolver os transportes nas freguesias, a encontrar soluções para o abandono das nossas aldeias, aí sim, estariam a prestar um serviço à Covilhã”, realçam ainda os vereadores da oposição, Pedro Farromba, Ricardo Silva e Marta Alçada Bom Jesus.