UBI tem ambição e Governo “tem de acompanhar a passada”, garante António Costa

Depois de ouvir um discurso ambicioso do reitor Mário Raposo, que garantiu que com um financiamento justo a UBI, em 5 anos, será a melhor universidade do país, o Primeiro-Ministro garantiu que o Governo tem que “acompanhar esta passada”

A forma como o senhor reitor aqui descreveu a diversidade de projetos em que a UBI está envolvida e a ambição que tem em relação ao futuro, só nos impõe a responsabilidade acrescida de termos de acompanhar esta passada”, disse António Costa, frisando que este é também um desafio a outras universidades para “fazerem um esforço igual, para acompanhar este ritmo”, sublinhou.


António Costa falava hoje, ao final da manhã, durante a inauguração da remodelação da residência III da UBI, com capacidade para 47 camas. Um investimento previsto inicial de cerca de 570 mil euros, mas que chegou aos 800 mil, devido ao aumento de materiais, e que foi comparticipada com 474 mil no âmbito do PRR.

Durante a sua intervenção o Primeiro-Ministro destacou a visão daqueles que, nos anos 70, perceberam que era necessário alargar a base de acesso ao ensino superior, tirando as universidades de 3 grandes cidades, e investir na criação de polos que dinamizassem a economia regional, “foi uma visão que hoje o país só pode agradecer”, disse

Colocando como meta ter em 2030 60% dos jovens com 20 anos a frequentar o ensino superior, reconhece que o alojamento “é a grande dificuldade” para os estudantes deslocados, salientando a importância do programa criado para financiar estes investimentos.

António Costa sustenta que “o volume de candidaturas, demonstra que a verba de 375 milhões prevista no PRR era insuficiente e por isso Orçamento do Estado o reforçou em 75 milhões”, disse.

O chefe do Governo alerta que “a execução do PRR é cada vez mais exigente, devido aos efeitos da guerra”, com o “aumento de custos e carência de materiais”, mas, como a União Europeia não alterou prazo, é preciso seguir em frente. Sustenta que financeiramente será mais difícil, mas entre as instituições promotoras e o estado é preciso fazer “a ginástica necessária para fazer o mesmo que nos propusemos, sabendo que o custo é superior”, disse.

Na sua intervenção durante a cerimónia inaugural, o primeiro-ministro elogiou ainda o papel da UBI na implementação da Plano de Recuperação e Resiliência, frisando que o seu papel “não se limita aos investimentos próprios, mas também a investir os seus conhecimentos para que outros, designadamente as empresas, possam melhorar a sua produtividade, o valor dos produtos que colocam no mercado e a sua produtividade”, enfatizando “o desenvolvimento que a UBI promove na região e no país”.

António Costa elogiou ainda o papel “pioneiro da UBI” em diversos setores, o que demonstra bem a qualidade da universidade.

Uma instituição de ensino que foi apresentada pelo reitor, Mário Raposo, como uma universidade “completa, coesa, densa, internacionalizada e com raiz profunda na Beira Interior”, que aposta na qualidade do seu corpo docente e funcionários, adaptando a sua formação à evolução dos tempos e apostando na investigação, para concluir que “sem a UBI a perda de população na região, que atinge os 10%, seria maior”, sustentou.

Elencou as várias obras da UBI, já realizadas e projetadas para o próximo ano, vincando que “a UBI fez tudo isto e muito mais” apesar do subfinanciamento crónico.

Agradeceu ao Governo a correção já introduzida no Orçamento do Estado para 2023, prometendo que, se a correção continuar, “a UBI, em 5 anos, será a melhor universidade portuguesa”

Sobre as residências, devido à falta de condições a UBI teve de encerrar cerca de 200, das 800 camas que tem neste tipo de alojamento, estando as obras a decorrer no âmbito das candidaturas ao PRR, em que se insere a obra hoje inaugurada.

O investimento total engloba a requalificação de mais duas residências e a transformação do edifício da Boavista em residência com capacidade para 24 camas, com um custo total de 5 milhões e 800 mil euros e com um apoio de 3 milhões e 400 mil do PRR.

O reitor destaca a derrapagem em relação aos custos iniciais. A residência III tinha um preço inicial de cerca de 570 mil euros, custou quase o dobro devido à inflação, reivindicando junto do Primeiro-ministro que se reveja a comparticipação destas obras.

“Esperamos que o Governo tenha a sensibilidade para rever, para o futuro, o valor padrão de construção por cama no sentido de os aproximar dos custos reais do mercado”, disse

Referir que a UBI tem 8.600 alunos e mais de 85% são deslocados.

Na cerimónia participou também Elvira Fortunado, Ministra da Ciência Tecnologia e Ensino Superior, que se mostrou “orgulhosa e feliz por estar na primeira inauguração de uma residência ao abrigo deste programa”, que considerou fundamental para os alunos deslocados.