AAUBI divulga número de bilhetes gerais, bilheteiras online e outras novidades

Em entrevista à Rádio Clube da Covilhã, o responsável pela secção Cultural e Recreativa da AAUBI, Pedro Gouveia, garante que uma vez mais este ano a praxe na Covilhã servirá para integrar os cerca de 1000 novos alunos da academia mas também para ajudar terceiros. Pedro Gouveia adianta em exclusivo que para a Recepção ao Caloiro estarão 1500 ingressos gerais disponíveis ao público e que pela primeira vez existirá bilheteira online. Refere ainda todos os projetos que a associação tem para desenvolver até ao final do mandato com um olhar no passado recente.

RCC – Pedro Gouveia, coordenador da secção Cultutal e Recreativa da AAUBI, está hoje connosco para falarmos de algumas das iniciativas da AAUBI. Claro que as mais sonantes são a Receção ao Caloiro e a Semana Académica, mas muitas outras atividades existem ao longo do ano que se calhar o público em geral não dá tanta atenção. Começando por aquelas que vão acontecer mais rapidamente, até porque os caloiros estão quase a chegar. “Programa de integração ao Caloiro”, “Praxe Solidária” pelo menos já no ano passado e em outros anos tentaram realizá-las, este ano vão continuar nessa linha?


Pedro Gouveia – Sim. Quanto ao Programa de Integração ao Caloiro, à semelhança de todos os anos e com a chegada dos novos alunos, preparamos sempre na secção Recreativa e Cultutal uma série de eventos para os receber da melhor forma, para que exista um ambiente muito bom dentro do seio académico. O Programa de Integração este ano conta na primeira semana com atividades muitos fortes no bar académico, mas começa mais cedo, com a primeira semana de matrículas, em que os alunos por norma ainda vêm com os pais conhecer a universidade, conhecer o sítio onde vão ficar, e é muito importante o primeiro contacto que a associação e os seus núcleos académicos fazem. Estamos ali uma semana a fazer esse primeiro contacto que é fundamental para demonstrar tudo aquilo que os estudantes podem ter, todas as nossas propostas desportivas, da saúde, da ação social…tudo aquilo que o estudante pode ter acesso. Porque todas as casas têm regras e a AAUBI também as tem, e seguindo os seus estatutos, sendo que o principal e fundamental é que todo o estudante da Universidade da Beira Interior é sócio por inerência, a partir do dia 10 de Setembro, à meia-noite, nós temos mais 1000 sócios para receber, para cuidar, para dar condições e investir neles.

RCC – Desses 1000 sócios, a grande maioria vem de fora e o primeiro contacto, quando não se conhece uma cidade, espera-se que seja alguém que os acolha.

PG – Claro, é fundamental.

RCC – Uma das questões muito práticas é a procura de alojamento.

PG – Claro que sim, a UBI já tem uma página, não só com os seus alojamentos próprios, mas que também permite a publicação de alojamentos privados e a AAUBI trabalha com muitas entidades desse negócio. Todo esse mapa (de serviços), é facultado nessa semana porque é essencial, tanto para o aluno que se sinta em casa, como para o pai e mãe que o deixam, sentirem que o filho está bem entregue.

RCC – Vocês tentam também esbater toda a problemática associada ao bar académico, festas académicas, que deixa os pais de coração apertado?

PG – Eu como coordenador da seção tenho uma opinião um bocadinho diferente. Acho que as pessoas têm de olhar para estas festas como um motor de tudo o resto, um motor de integração. A verdade é que as pessoas necessitam desses momentos também para descontrair e para entrar no espirito estudantil, sentirem que fazem parte, para se darem entre todos e conhecerem as pessoas, desse ponto de vista é fundamental. Obviamente que os pais ficam preocupados, os meus também ficaram quando eu entrei nesta aventura, mas por norma tudo corre bem, e de facto é uma parte muito importante na própria vida académica.

RCC – E digamos que estamos a falar de pessoas crescidas, o facto de se proporcionar uma festa não quer dizer que todos ultrapassem o limite.

PG – Claro que sim, e se tiverem que ultrapassar aqui, ultrapassam em todo o lado, são coisas incontroláveis que acontecem em todo o tipo de eventos, e não só nos recreativos. Muitos destes eventos que estão no programa de integração – primeira semana no Bar Académico, a festa da faculdade de medicina pelo Medubi, a Receção ao Sineiro – são iniciativas muito importantes não só pelo espirito festivo, mas porque é nesses momentos que por norma os novos alunos conseguem estabelecer mais contacto entre eles, e isso é fundamental para que o processo deles na universidade corra da melhor forma.

RCC – Passada essa semana de matriculas, ou até mesmo já no decorrer da semana de matrículas, começa a praxe académica, e nos últimos anos as críticas à praxe têm sido muitas. Aqui na Covilhã tem-se esbatido, muito à conta do programa da “Praxe Solidária”. Este ano vai continuar?

PG – Sim, a Associação Académica é o maior motor de lançamento do programa da “Praxe Solidária”, que começou com outras direções e vai ser mantido este ano. Pegamos no conceito da praxe tradicional mas canalizamo-lo para causas sociais que sejam de facto relevantes, e isso é bom porque permite o melhor das duas coisas, que os novos alunos tenham espírito (de camaradagem) entre eles, que se conheçam bem, façam amizades, conheçam a cidade, mas mesmo assim respeitando sempre a individualidade do mesmo e ainda beneficiando a ação social, porque é fundamental nesta cidade que todas as associações se unam e possam fazer o máximo para se ajudar entre elas.

RCC – Já há alguma iniciativa em concreto que tenham este ano?

PG – Na “Praxe Solidária”, deveremos fazer a Corrida Solidária, como já aconteceu em anos transatos. Além disso continuará a existir apoio às causas sociais locais.

RCC – E os caloiros também podem decidir se querem ou não participar nestas iniciativas?

PG – Claro que sim! Todas as pessoas são livres de definir aquilo que estão a fazer e a AAUBI defende isso acima de tudo, estamos a falar de pessoas que são livres e têm que fazer aquilo que querem acima de tudo.

RCC – São livres para dizer não também!

PG – Exatamente, têm que ter noção daquilo que é o respeito próprio, e que há momentos em que se diz sim, outros em que se diz não, e que isso trata-se sempre de uma decisão do próprio.

RCC – Depois ficamos com o grande momento que é a Recepção ao Caloiro, o momento mais visível para o público em geral. Já há alguma coisa alinhavada para a recepção deste ano lectivo?

PG – Quanto à Receção ao Caloiro, o cartaz já está fechado, mas ainda se mantém no segredo dos deuses. De qualquer forma existem já algumas novidades. Vamos ter pela primeira vez na história da Associação Académica, bilheteira online disponíveis, e os pórticos na entrada funcionarão com leitores de QR Code.

RCC – Para facilitar e crescer também…

PG – Temos que modernizar o sistema, é fundamental que sempre as coisas comecem a correr bem, como foi o caso da Semana Académica, um marco na Associação Académica, tendo sido realizada de uma forma sustentável, e ainda rentável, exista uma replicação.

RCC – E querem replicar na recepção.

Gouveia – Sendo uma associação, quando existe um ganho financeiro, existe também obviamente um investimento depois na nossa oferta, e esse foi um investimento que nós pudemos fazer este ano.

RCC – E já temos datas?

PG – Já temos datas sim, de 15 a 21 de Outubro de 2017, será a Receção ao Caloiro.

RCC – A Latada matem-se tradicionalmente na quarta-feira?

PG – Sim sim, a Latada vai-se manter no mesmo dia. A única “tradição” que foi quebrada foi o desfile de Miss e Mister AAUBI. Por norma era feito no decorrer do evento da Recepção ao Caloiro, à terça-feira, mas esta direcção decidiu retirar o desfile do programa da recepção, e coloca-lo no programa de integração. Deverá ser feito no dia 12 de Outubro, na quinta-feira antes da Recepção.

RCC – Podemos dizer que será um aquecimento para a Recepção?

PG – Não será bem nesse sentido que tentámos fazer isso. O objetivo foi ter ainda mais qualidade de oferta no cartaz da recepção ao caloiro e mais diversidade, visto que esse dia acabava por ser um dia com menos tempo útil para concertos. Para além disso, deveremos contar com o apoio de várias entidades (de entretenimento) da cidade no decorrer do desfile, o que é fundamental, pois dado o momento atual da cidade, a AAUBI sente a necessidade de servir de mediador a nivel cultural e a nivel recreativo, e de facto se é quem tem o maior impacto, é quem tem o maior orçamento, as maiores festas, se não fizer essa mediação, embora a nossa primeira responsabilidade seja sempre com os estudantes, muito dificilmente alguém a fará.

RCC – Quando falamos em maior orçamento para as questões culturais e recreativas, também será quem recebe, porventura, as maiores críticas, pelo menos da população em geral, porque “como é que é possivel gastar tanto dinheiro” – que é o que se ouve muitas vezes – “para andarem ali a beber a noite toda!” e esquecerem-se de tudo o resto que se passa para além disso.

PG – Em tudo o que é negócio recreativo (que não deve ser confundido com ação social) não podemos olhar ao que se gasta ou ao que não se gasta. A palavra-chave é rentabilização. Se eu tenho um artista que me custa 100 mil euros, mas que tem rentabilidade de 150 mil euros, qual é o problema? Se há uma atividade que custa 10 euros e tem rentabilidade de 5 euros, quem é que afinal está a fazer um negócio proveitoso para os contribuintes? Nós beneficiamos também as entidades privadas, não é? Neste momento uma pessoa séria que diga que a universidade e que os seus estudantes, que a AAUBI, não são fundamentais para o seu negócio, não está a ser intelectualmente honesta, e aquilo que às vezes nos choca é que não exista muitas vezes coragem para tomar certas posições.

RCC – Mas vocês têm noção que são muitas vezes os próprios responsáveis por alguns estabelecimentos de comércio e bebidas que acabam por criticar as festas que o Bar Académico promove. Dizem que os preços não são competitivos…

PG – Neste momento, desde que a nossa direção entrou, esse problema foi colmatado, tanto que a primeira iniciativa que nós tivemos foi chamada “AAUBI Night Out” em que entrámos em parceria com todos os bares, porque é necessário fazer essa ponte. O horário que o bar académico tinha foi reduzido, estando neste momento trabalhar às terças e quintas de uma forma mais alargada, mas nunca até ao final da noite, e nos restantes dias encerrando às 2:00 horas da manhã pontualmente, porque, naquilo que foi o nosso entender, isso era uma falha, e nós preocupamo-nos com isso, que qualquer proprietário tenha que ter rentabilidade no negócio dele, e que a AAUBI tem esse dever de o beneficiar também.

RCC – Estavam a fazer “concorrência desleal” não é…?

PG – Não lhe chamaria isso. Imagine um caso de arraial de cerveja, em que cobramos 5 euros de entrada. A média de consumo que qualquer cervejeira dá para um arraial é de 5 imperiais por cliente. Estamos a cobrar 1 euro de média por imperial, existindo casas a cobrarem 80 (cêntimos) ou menos. Quem é que é desleal? É sempre preciso fazer as contas todas, ás vezes as coisas não são tão lineares como parecem. De qualquer das formas a politica que nós tivemos foi de concertação nesse nível.

RCC – E agora há relações muito mais pacíficas?

PG – Completamente, não há nenhuma casa com que estejamos incompatibilizados!

RCC – E com os vizinhos? Havia muitas queixas por haver muito barulho.

PG – Com os vizinhos temos algo fantástico. Antes existiam queixas e houve exposições públicas acerca disso. Hoje, uma das coisas que já deu mais alegria a esta direção, foi um dia em que saímos da sede às 18 horas, e um dos vizinhos diz-nos: “Obrigado porque eu finalmente após 3 anos voltei a dormir!”. Nós temos mesmo essa preocupação, de ajudar e sabermos que estamos ali e que de alguma forma não podemos incomodar também de uma forma brutal quem está ao nosso lado. Temos que tentar arranjar um equilíbrio. Recuperando a ideia quando falei da falta de coragem há pouco, há alguns meses tivemos uma reunião na Câmara Municipal da Covilhã, em que figuras destacadas da cidade fizeram um requerimento à Associação Académica, para que nas festas que não fossem a Recepção e a Semana Académica, que são os marcos históricos, fossem alterados os locais de realização para sítios que não perturbassem a nível de ruido sonoro. Falemos agora, por exemplo, da FacFest e da Receção ao Sineiro. A FacFest alterou o local do evento para um recinto em que não tivessem esse problema, fora do circuito do centro da cidade. A receção ao Sineiro ir-se-á realizar num local onde vivem exclusivamente estudantes, e clientes da própria festa. Estes núcleos académicos da AAUBI, respeitaram esse requerimento! Agora a minha pergunta é, se vai existir também esse respeito da outra parte quando for para atribuir as licenças de ruido. Porque de facto o pedido foi feito, o pedido foi cumprido, os núcleos académicos deverão requerer as licenças de ruido até às 6 horas da manhã, para terem um evento completo, e é aí que nós queremos sentir se existe coragem, ou não. Isso é que é fundamental, que nos encontrem “a meio da ponte”.

RCC – Essas licenças já foram pedidas?

PG – Já, pelos núcleos académicos.

RCC – E já houve resposta?

PG – Até ao momento, segundo as informações que temos, ainda não.

RCC – Ainda estão em tempo útil para as receber. De qualquer das formas vocês mostraram abertura, esperam é que haja abertura também do outro lado.

PG – Claro que sim! Peço que se ponham na posição dos presidentes dos núcleos académicos quando têm que fazer festas deslocadas! Quando têm que alterar sítios históricos do evento, para outros. Aquilo que espero que aconteça, é que lhes retribuam essa coragem que eles tiveram!

RCC – Vamos aguardar, é o que resta neste campo. De resto já abordámos aqui um bocadinho a Semana Académica, mas a Recepção ao Caloiro continua a ser…

PG – A Receção é o ponto alto! Neste momento a Receção ao Caloiro é o ponto alto porque são mais dias, e do número de caloiros que entra, quase 90% frequenta o evento.

RCC – Porque a Semana Académica também já cai muitas vezes em épocas de frequências, em que muitos já optam por estudar do que propriamente estar na semana académica?

PG – Claro que sim, é uma época de maior trabalho e carga para o estudante.

RCC – Ainda assim, disse-me que a Semana Académica deu lucro…

PG – Sim, foi um êxito, foi das primeiras a dar lucro direto, ou seja, sem ser necessário fazer aquilo que nós na gíria chamamos de “ginásticas financeiras” para conseguir colmatar os eventos. A Semana Académica deu lucro, teve dias históricos conseguindo bater vários recordes, existindo no entanto um problema, conhecido da opinião pública, que foi os ingressos gerais terem esgotado duas vezes – numa fase de pré-venda e numa segunda fase no pavilhão da ANIL, onde acabou por ocorrer reclamações devido à demora, condições e impossibilidade de venda do ingresso. Com a venda online esse problema deverá ser colmatado pois a AAUBI compreendeu o que se passou. Não se conseguiu nesse dia – na segunda fase de venda – uma resposta organizada, uma vez que existiu muito maior procura do que a oferta existente.

RCC – Se calhar também não estavam à espera de tanta procura…

PG – Não. Foi a semana académica com mais pulseiras gerais à venda. Vou fazer aqui uma coisa que nunca ninguém fez. Por recearem que os alunos não entendessem ou não compreendessem o número, nunca se revelou quantas pulseiras gerais é que existiam e nós, depois da Semana Académica, entendemos que isso é um erro. O pavilhão da ANIL tem capacidade total para 3000 pessoas mais staff. Dentro daquilo que são as nossas obrigações legais o número de pulseiras gerais para a Recepção ao Caloiro serão 1500, porque temos de ter 50% para os pontuais (bilhetes diários). Esta atitude, que estamos a anunciar em exclusivo, é fundamental. Por vezes as coisas não correm tão bem porque as pessoas não são informadas e isso foi o nosso erro na Semana Académica. Não haver essa informação é um erro que não queremos repetir, daí estarmos a fornecê-la. Há uma coisa que as direções seguintes não vão encontrar. Quando fizerem as limpezas da sede, como nós fizemos, não vão encontrar caixas com 2000 pulseiras, como nós encontrámos, de eventos que estavam esgotados às 21:00 horas do primeiro dia. As nossas tunas académicas que tanto fazem pela nossa cultura e que têm direito ao bilhete geral têm mensagens da AAUBI a pedirem desculpa no dia da segunda venda (de bilhetes gerais da Semana Académica) porque iríamos arranjar um voucher para substituir as pulseiras gerais a que tinham direito, aumentando o número disponível de pulseiras ao público. Na nossa sede não temos uma pulseira para amostra da nossa Semana Académica, as únicas que temos são as que estão nos nossos pulsos. Isso, é uma questão muito importante. A honestidade que temos de ter com os nossos estudantes, com os nossos sócios, porque isso é fundamental e ninguém pode encontrar o que nós encontramos, caixas com 2000 pulseiras gerais. Isso não vai acontecer, são 1500, é o número que nós conseguimos oferecer dadas as condições que temos, porque para oferecermos mais pulseiras gerais, teríamos de mudar o local do evento o que até hoje não se revelou necessário, porque a ANIL é raro o dia em que está lotada. O problema foi achar que os estudantes não iam compreender isto. Nós achamos que vão compreender, e que é preferível o estudante saber do que não saber.

RCC – E a Recepção ao Caloiro, já que estamos a falar de números está orçamentada em quanto?

PG – Por norma esses valores são apenas discutidos em assembleia geral de sócios, onde só entram estudantes da UBI, mas a informação que eu posso dar é que apesar de todas as alterações que houve no investimento (bilheteira online) – que além de nos cobrar o serviço cobram-nos taxas sobre o preço do bilhete – e considerando ter o cartaz ideal para a Recepção ao Caloiro, conseguimos reduzir cerca de 24500 euros face ao orçamento do ano passado, que é um valor assinalável.

RCC – E com a experiência da Semana Académica esperam chegar ao final da Recepção ao Caloiro e dizer “finalmente, e uma vez mais, tivemos lucro numa grande festa”?

PG – Claro que sim, a forma como a Receção foi desenhada permite equilibrar da melhor forma as diferentes rúbricas orçamentais. Isso é que é importante para conseguir esses números. O nosso grande objetivo é chegar ao final da Receção e conseguirmos diminuir o grande passivo que encontrámos. A casa tem de pagar as suas dívidas, existe passivo para ser diminuído e se a receita da Recepção é a nossa forma de obter mais financiamento então o objetivo já não é só ser sustentável. É ser sustentável e conseguir arranjar financiamento, tal como aconteceu na Semana Académica, para abater o que existe. Conseguimos fazer investimentos muito grandes ao longo do mandato – porque para sermos campeões europeus universitários, com a escassez de apoios que tínhamos, teve de existir um investimento muito grande. Estes valores têm de vir de algum lado, a associação tem de ter esse dinheiro e o controlo orçamental que está a existir em todas as atividades culminará, esperemos, na Recepção.

RCC – Essa gestão de contenção orçamental…ou melhor gestão de equilíbrio…

PG – Todas as pessoas, para o bem e para o mal, que estiveram na Associação fizeram o seu melhor, mas existem ideologias que funcionam e ideologias que não funcionam, e quando assumimos a candidatura aquilo que sempre fomos contra foi essa contenção financeira.

RCC – Quando falo em contenção é em não querer “dar um passo maior do que as pernas”…

PG: Claro, claro. Essa gestão é fundamental, mas tentamos manter sempre uma visão de uma economia positiva. Chegamos à Semana Académica que quase nunca tinha dado lucro, gastamos cerca de 15000 a 20000 euros a mais (comparativamente com o ano anterior), diminuímos o preço dos bilhetes gerais em cerca de 10 euros, tivemos, devido à transição de direção, na altura, menos apoios financeiros, coisa que já não está a acontecer na Recepção. E de facto, a coisa funcionou, e o evento foi agigantado devido a essas questões. Daí acreditarmos nesta postura, sempre com responsabilidade, sempre mantendo o equilíbrio financeiro e não dando passos maiores do que as pernas, mas também sempre sabendo que por vezes tirar 10 euros a um bilhete geral faz com que eles esgotem às 19 horas da tarde e não tenhamos que guardar pulseiras (num número que legalmente nem tem sentido) para a posterioridade.

RCC – Estamos quase a terminar, em termos de apoios institucionais, nomeadamente referindo o Instituto Português do Desporto e da Juventude e as autarquias, têm conseguido apoios?

PG – A nível do IPDJ, e aqui há que fazer esse agradecimento, graças à direção anterior e aos núcleos académicos, foi novamente uma forma de financiamento e está neste momento a ser utilizado pela Associação Académica. Mas aquilo que a AAUBI tenta sempre fazer, a nível de direção, é colocar o IPDJ como um fator externo ao orçamento, chamemos-lhe uma almofada financeira, para que quando algo corra mal, exista um suporte sem ser necessário aumentar o passivo e se algo correr bem, diminuir esse passivo. Quanto aos apoios das autarquias, existe sempre disponibilidade para apoio de infra estruturas e apoio logístico, mas naquilo que é o apoio financeiro, que é muito importante, não temos grande margem.

RCC – Resta-me agradecer-lhe a sua presença aqui, e que os caloiros venham com vontade de estudar e também de participar nas festas, que faz parte também.

PG: Que venham com vontade de tudo, mas acima disso, que venham com vontade de estar e de ficar na Covilhã que isso é que é fundamental para o nosso desenvolvimento como cidade.