“Os doentes têm apoio mas os cuidadores muitas vezes são esquecidos”. Foi o alerta que se quis passar com as comemorações do Dia Mundial da Doença de Alzheimer na Covilhã na última sexta-feira.
Para falar da sua experiência o Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira convidou o presidente da Associação de Alzheimer de Porto Rico. Para José Alberto Silva “não há dúvidas de que é fundamental um programa específico para a formação de cuidadores desta doença, os que mandam nestas coisas têm que ter noção que cada lar devia ter um cuidador com formação”.
Já os cuidadores informais, a família em muitos casos, “tem também muitas dificuldades a ultrapassar, aqui a partilha de experiencias é fundamental para a ajuda mútua”, referiu.
Em Porto Rico existem 30 grupos de cuidadores informais constituídos e que mensalmente se reúnem, “há testemunhos que nos dizem que chegam a chorar e ali mudam a sua perspetiva”.
Foi para criar este alerta que o CHUCB avançou para as comemorações deste dia. João Casteleiro, presidente do conselho de administração CHUCB alerta que “dentro de pouco tempo três quartos da nossa população está numa idade em que pode ter uma doença destas, temos que nos preparar. As dificuldades dos cuidadores, o apoio que lhes é prestado é outra parte importante nesta equação. É preciso chamar a atenção para estas pessoas, foi por isso que chamámos também os responsáveis políticos para estas comemorações”, disse.
Em Portugal estima-se que entre 160 a 185 mil pessoas sofram algum tipo de demência, sendo a de Alzheimer a predominante.