Festival de Teatro da Covilhã arranca a 3 de novembro

Com 11 sessões de teatro e uma de música irá decorer até 10 de novembro. A maioria dos espetáculos é dedicada ao público infantojuvenil, para continuar “a política de formação de públicos”, explica Fernando Sena, diretor do Teatro das Beiras que organiza do Festival, cujo “figurino não se alterou em relação ao passado, tendo em conta o orçamento para o evento”

Pelo palco do Teatro das Beiras irão passar espetáculos com textos de autores como Mark Twain, Alves Redol, Jean-Luc Lagarce e Eduardo De Filippo, grupos como o Teatro do Noroeste, a Companhia de Teatro de Braga, as Marionetas de Mandrágora e os espanhóis Tranvía, Oriolo e Fundición Producciones, além do anfitrião, o Teatro das Beiras, cruzam-se na programação do Festival Teatro da Covilhã, com “a constante preocupação de trabalhar com as escolas do concelho para a formação de públicos”, disse em conferência de imprensa o diretor da companhia de teatro profissional da Covilhã, e que organiza o festival há mais de 30 anos.


Mantendo o figurino de anos anteriores, as novidades são as companhias convidadas, algumas delas a integrar “o circuito Ibérico de Artes Cénicas”, explica o responsável

Segundo Fernando Sena, a resposta das escolas tem sido “bastante positiva”, pelo que são esperadas cerca de 700 crianças nos espetáculos dirigidos à infância e juventude, quando ao público adulto, que tem para si a programação dos fins-de-semana, “é sempre uma incógnita”, refere, mas “não se podem queixar dos números dos últimos anos”.

No que concerne à escolha dos espetáculos, este responsável lembra que o leque de possibilidades é bastante alargado, mas que a opção tem em conta questões como, por exemplo, o facto de as propostas se enquadrarem no Plano Nacional de Leitura ou de transmitir ensinamentos importantes.

Fernando Sena especifica que “o Teatro das Beiras resiste há mais de 40 anos na cidade”, o festival faz parte da programação que apresentam todos os anos “num ato de resistência para que a Covilhã possa continuar a ter teatro de qualidade”

O orçamento do festival ronda os 30 mil euros.

Os bilhetes para as peças infantis têm o valor simbólico de um euro, e o bilhete para as restantes peças custa seis euros (sujeito a desconto de 50% para sócios do Teatro das Beiras, maiores de 65 e jovens até aos 25 anos).

A abertura está marcada para o dia 03, às 21:30, com a apresentação da peça “Diário de Adão e Eva”, um texto de Mark Twain, com dramaturgia e encenação de Abel Neves, apresentado pela Companhia de Teatro de Braga.

No dia 05, às 11:00 e às 14:30, sobe ao palco a peça “O Autómato”, do Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana, que estará neste festival pela segunda vez.

A peça é um espetáculo para a infância, sobre original de Fernando de Paços.

Dia 06, às 11:00 e às 14:30, será a vez de o Teatro das Beiras apresentar a peça “Um Mundo Mágico”, a partir do texto “A Vida Mágica da Sementinha“, de Alves Redol.

“El primer Concierto”, pelos espanhóis Oriolo e Fundición Producciones, um espetáculo cómico musical concebido para a infância, vai subir ao palco no dia 07, às 11:00 e às 14:30.

Para o dia 08, às 11 e às 14:30, está agendada a peça “Casa dos Ventos”, uma abordagem do património cultural, concebida pelo Teatro e Marionetas de Mandrágora, que participa pela primeira vez neste festival.

No dia 09, às 21:30, Tranvía Teatro, companhia de Saragoça, apresenta a peça “Reglas, Usos y Costumbres en la Sociedad Moderna”, uma crítica feroz e bum humorada à hipocrisia social, a partir do texto do dramaturgo francês Jean-Luc Lagarce (que inspirou longa-metragem de Xavier Dolan “É apenas o fim do mundo”), conforme a apresentação da obra.

“Do princípio ao fim”, peça que constitui a 100.ª produção do Teatro das Beiras, sobre Eduardo De Filippo (dramaturgo italiano determinante na edificação da dramaturgia europeia do século XX, como destaca a companhia), sobe ao palco dia 10, às 21:30.

O encerramento está marcado para as 23:00 com a atuação do grupo de música Anonima Nuvolari, dedicado sobretudo ao repertório da canção italiana dos últimos 50 anos, de Renato Carosone a Paolo Conte.

Por: Gina Almeida