Escola Frei Heitor Pinto irá sofrer obra de requalificação

Foi de auditório municipal cheio de estudantes que o executivo camarário aprovou a verba de mais 2.8 milhões de euros para a abertura do concurso público para as obras de requalificação na Escola Secundária Frei Heitor Pinto.

O tema, que já havia estado em cima da mesa no último ano, gerou um amplo debate, onde a oposição se absteve na hora da votação. Segundo José Miguel Oliveira, vereador responsável pelo pelouro do urbanismo, a autarquia irá garantir 7.5 % do investimento na obra, sendo a restante parcela assegurada pela Comissão de Coordenação da Região Centro.


“Tudo se mantém, nomeadamente o financiamento cujo contrato já está assinado”, adiantou Jorge Vieira, chefe de Divisão de Planeamento, que acrescentou ainda, em resposta à bancada do CDS PP, que o primeiro projeto não avançou, isto “porque o município não aceitou as regras propostas pela CCDR que o obrigavam ao pagamento do que constava como verbas não elegíveis e foi acordado submeter nova candidatura”.

Ao lado dos estudantes no auditório municipal esteve Rogério Monteiro, diretor do Agrupamento de Escolas Frei Heitor Pinto que não tem rodeios ao afirmar que o projeto não supre as necessidades da escola. Em declarações aos jornalistas, o diretor do agrupamento afirmou que desconhece o projeto e que não teve qualquer reunião com a autarquia. Rogério Monteiro adiantou ainda que as necessidades da escola foram comunicadas à Comissão de Coordenação da Região Centro, Câmara e Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela, nomeadamente a construção de um multiusos no espaço de antigos pavilhões, o que afirma, “foi aceite e inclusivamente foi mostrada uma maqueta com essa construção, que agora desapareceu”.

José Miguel Oliveira, em resposta às críticas lançadas pelo diretor do agrupamento, demarca-se da equação. “O Ministério Público propôs à autarquia a realização de obras de reabilitação na escola, mediante as necessidades elencadas pela própria escola, o município aceitou para si a responsabilidade de ser dono desta obra, porque tinha a noção de que se não o fizesse não avançariam”, concluiu.

Quem não ficou convencido com a explicação foi Carlos Pinto, vereador independente. “Saio da reunião sem a certeza de que a obra irá avançar, não temos a certeza que os bloqueios que existiram na primeira candidatura foram ultrapassados”, afiançou.

Também os jovens estudantes se fizeram ouvir, Henrique Frexes relembrou as parcas condições de funcionamento da escola e reivindicou melhores condições para a prática do desporto e um auditório que a escola não tem, para além de condições adequadas para o normal decurso das atividades letivas. Maria Costa, presidente da associação de estudantes frisou que não existem condições mínimas na escola. “Se chover não há educação física, o chão das salas tem buracos, não há aquecimento e os estores não funcionam”, adiantou a jovem.

O concurso Público para as obras de requalificação da escola Frei Heitor Pinto foi aprovado esta sexta-feira, na reunião pública do executivo, já a calendarização vai na expectativa de adjudicar a obra no primeiro trimestre do próximo ano, avançou José Miguel Oliveira.