Neste dia especial levámos a Rádio Covilhã “para trás das grades” e mostrámos-la aos que têm neste meio de comunicação um elo com o exterior. Junto dos reclusos do Estabelecimento Prisional da Covilhã, tivemos a prova de que, se para cada um de nós, a informação e a música são fundamentais, para quem está privado de liberdade, “essa importância sobe de forma exponencial” como nos contaram alguns dos reclusos com quem conversámos. “É a nossa companhia, traz-nos algo de fora para aqui, sem rádio não sabíamos de nada, agora que estamos detidos a rádio tornou-se muito mais importante. Agora que estou aqui, oiço muito mais”, referiram.
A animação musical da tarde esteve a cargo Hugo Santos e de uma turma do curso técnico de apoio psicossocial, da Escola Secundária Campos Melo. A ideia “partiu das próprias alunas”, disse o professor, salientando que “de pronto aceitou”, para mostrar “como é viver dentro de quatro paredes” às jovens, para que tenham “a perceção da importância que a música assume num local como este”, referiu.
Uma tarde cultural dinamizada pela Mutualista Covilhanense e que se insere na política do próprio estabelecimento, que pretende “promover a reinserção com atividades como esta”. Noélia Ramos, coordenadora pedagógica do estabelecimento prisional salienta também a “aposta no ensino e na formação e de novas competências”, como ferramenta para a reinserção.
Foi um dia diferente para quem “tem que ocupar o máximo de momentos do dia”, de forma a não “cultivar revoltas”. Esta é uma das preocupações do estabelecimento prisional da Covilhã, por isso aposta fortemente em “atividades lúdicas, laborais” e sobretudo “no ensino” com a possibilidade de os reclusos frequentarem cursos EFA e assim “obterem certificação”, frisou a coordenadora.
Um dia Mundial da Rádio diferente, junto de quem do outro lado tem na rádio a ponte para o mundo exterior.