A taxa de abandono escolar em Portugal diminuiu, mas a de retenção é ainda “demasiado elevada”, diz Vítor Pedroso, Diretor-Geral da Educação. Declaração feita durante um debate sobre a educação do futuro, que decorreu na Universidade da Beira Interior. Para o responsável, os indicadores “não nos colocam em nenhum conjunto específico de países”, acrescentando que “não é uma questão de desenvolvimento económico e social do país”, Vítor Pedroso não tem dúvidas que esta é “uma questão cultural”, abaixo de Portugal apenas estão o Luxemburgo e Bélgica, divulgou.
É um paradigma que é preciso alterar, “está provado que reter um aluno, não corrige deficiências nem motiva”, salientou. O Diretor-Geral da Educação defende que “a retenção deve ser o último recurso”, o que é preciso é criar “mecanismo de remediação” para corrigir “o que não se apreendeu no passado”. Um desafio para a escola do futuro, disse, que deve ocorrer em paralelo com o combate ao abandono escolar, que se “resolverá enfrentando o problema de raiz”, que é “ensinar o mesmo, a alunos muito diferentes, no mesmo ritmo e no mesmo espaço” esta é, para Vítor Pedroso, a grande questão que é preciso ultrapassar, “adaptando a escola a esta realidade”.
O Diretor-Geral da Educação recorda que “nos últimos 30, 40 anos o sistema de ensino fez milagres”, soube “democratizar o acesso à educação”, melhorar “bastante” a qualidade ao longo do tempo, e este será o caminho que é preciso “continuar a percorrer”.