A Ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, disse na passada sexta-feira, na Covilhã, que o objetivo do governo é “chegar à violência zero” e apelou à “união de todos” para atingir essa meta. A governante falava na assinatura do protocolo de apoio às vítimas de violência doméstica, na Covilhã, rubricado por 22 entidades, entre elas as 3 autarquias da Cova da Beira (Covilhã, Fundão e Belmonte) e várias entidades ligadas à saúde, educação, justiça, segurança e trabalho.
Para a ministra, “este é um problema de todos” e que a “todos indigna”, que só se poderá combater com “a cooperação entre os vários ministérios”, nomeadamente os ministérios da Administração Interna, Saúde, Educação, Justiça e Trabalho. Maria Manuel Leitão Marques garantiu que esses ministérios “já estão a trabalhar em conjunto”, sendo que, para a ministra, essa coordenação é “fundamental” nesta área. Um trabalho em rede que “forçosamente” tem que envolver também o poder local, o “governo de proximidade que as pessoas conhecem e que conhece as pessoas e os seus problemas”.
A governante salientou ainda que é necessário acabar com a “sensação de impunidade que existe”, em especial nos casos “em que não são aplicadas penas”, o que leva “a uma banalização” do problema. Defendendo que a lei que existe é boa, diz não ser “por esta falhar num caso que se deve voltar à pena de morte”. É preciso é “torná-la efetiva”.
Referir que o protocolo ontem assinado na Covilhã, no âmbito da rede “Violência Zero”, é válido até 2021 e será coordenado pela cooperativa social CooLabora, para implementação na Covilhã, Fundão e Belmonte.
Na cerimónia, a diretora da CooLabora, Graça Rojão, salientou o trabalho em rede que “tem feito a diferença na Cova da Beira”. No âmbito do anterior protocolo, que esteve em vigor entre 2016 e 2018, ajudou “mais de mil mulheres e mais de uma centena de crianças”, tendo sido feitos quase “1500 atendimentos presenciais e quase 6 mil telefónicos”. Considerando “positivo o que já foi feito”, fez questão de lembrar que ainda “há mulheres que morrem subitamente”, outras que “têm uma morte lenta, arrastada ao longo da vida, mortas ainda vivas” e “mesmo as que se libertam” ficam com “marcas para a vida”. Desafiou todos os parceiros “a trabalhar em conjunto” para que as vitimas “tenham cada vez mais confiança no sistema”, apontando como fundamental “a aposta forte na prevenção da violência doméstica e de género” até chegar ao objetivo “violência zero”.