A CooLabora vai desenvolver ao longo dos próximos 34 meses o projeto “Rasgar Silêncios”, dirigido a sobreviventes de violência doméstica. O projeto foi apresentado ontem e pretende através da escrita autobiográfica, ser uma ajuda ao trauma pós-violência.
O objetivo é que sobreviventes de violência doméstica, consigam “contar a experiência por que passaram” e assim “manterem uma convivência melhor com esse trauma, para que não lhes marque também o futuro”, explicou à Rádio Covilhã, Graça Rojão.
A responsável pelo gabinete de apoio à vítima da CooLabora acrescenta que “esta é uma forma de trazer à luz do dia histórias de violência”, que de outra forma “seriam silenciadas”. Mais do que um apelo à denúncia, pretende-se com este projeto resolver o “problema do trauma que fica depois da violência”.
O projeto tem a duração de 34 meses, mas antes disso, “dentro de um ano e meio a dois anos”, a responsável espera ter trabalho prático para apresentar a “pessoas que estão a intervir com vítimas”, nomeadamente “gabinetes de apoio à vítima e casas abrigo”.
“Rasgar Silêncios” é dinamizado pela Coolabora, conta com a pareceria do Município da Covilhã, da Quarta Parede e da Universidade da Beira Interior e é financiado pelo programa Cidadãos Ativ@s, dos EEAGrants, gerido pela Fundação Calouste Gulbenkian, em consórcio com a Fundação Bissaya Barreto.
Ao gabinete de apoio à vítima só este ano chegaram cerca de 65 novos casos de violência doméstica, e “cada vez mais graves”, frisa Graça Rojão. Números que não significam que esta realidade esteja a aumentar, “mas sim que cada vez se está mais atento, e cada vez há menos violência escondida”, conclui.