A Câmara Municipal da Covilhã aprovou na reunião pública desta quinta-feira, com os votos contra da oposição, o prolongamento do prazo para a execução da obra do Teatro Municipal. Ao novo responsável pela obra foram concedidos mais 120 dias, um processo com o qual a oposição não concorda e classificou-a como “uma trapalhada”.
Na reunião de 10 de maio, o executivo já tinha aprovado a passagem da obra do vencedor do concurso, MRG – Construction, para o consórcio constituído pelas empresas Tanagra e Now XXI, isto depois de a autarquia ter percebido que existia uma “derrapagem” no prazo e de ter notificado a empresa para passar a cumprir o cronograma delineado pelo município. A MRG considerou não ter condições de o cumprir e propôs a cessão da posição contratual, com a qual a autarquia concordou.
Segundo explicação do Chefe de Divisão de Obras da autarquia, “o prazo remanescente do contrato inicial, 174 dias, é insuficiente para concluir a obra, dada a derrapagem que vinha de trás”.
Na minuta de contrato ontem aprovada, a autarquia dá mais 120 dias para realização dos trabalhos, “fixando a sua conclusão em março de 2020”. Um cronograma “apertado” frisa ainda Luís Vieira, uma vez que esta é uma obra apoiada por fundos comunitários, e só serão comparticipadas as despesas até abril de 2020. “A autarquia está a trabalhar com uma margem de tempo muito curta, mas que neste momento é uma inevitabilidade”, frisou.
A oposição não concorda com a operação e Adolfo Mesquita Nunes classificou a empreitada como uma “trapalhada”. Para o vereador do CDS, “há uma derrapagem enorme no prazo”, frisando que “face ao investimento considerado estrutural do município”, deveria haver “garantias de que esta empresa está em condições de assegurar a sua conclusão”.
Carlos Pinto, vereador do movimento “De Novo Covilhã”, estranhou a “confiança” da autarquia na empresa a quem a obra foi entregue nesta altura, “uma empresa de vão de escada” disse, sublinhando que quando esta veio a concurso, “pediu muito mais dinheiro do que que agora está disposta a faturar”. Para o vereador deveria ter-se enveredado por concurso público nesta cedência de posições.
Vítor Pereira, presidente da Câmara, assegura que “não há trapalhadas”. Afirma que “o que a câmara está a fazer é a atalhar caminho e a ganhar tempo”, garantindo que “o prazo que estão a conceder cumpre todas as prorrogativas”. O autarca mostrou-se convicto que a obra seguirá o cronograma, convidando mesmo os vereadores “para a inauguração, na presença do Presidente da República, em outubro de 2020”.