A equipa liderada pelas investigadoras do Centro de investigação em Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (CICS-UBI), Ana Paula Duarte e Sílvia Socorro, identificou novos benefícios da cereja para a saúde, nomeadamente, as suas ações sobre as células de cancro da próstata, anuncia a instituição em nota de imprensa.
Estes novos resultados, que foram recentemente publicados na revista científica Nutrition and Cancer, mostraram que extratos de cereja têm capacidade de alterar o comportamento das células tumorais, com efeitos positivos no controlo da sua sobrevivência e metabolismo.
O estudo, realizado em modelos celulares in vitro, utilizou extratos de cereja obtidos a partir da variedade Saco, e foi levado a efeito no seguimento de outros trabalhos do grupo de Ana Paula Duarte, os quais caracterizaram a composição de diferentes variedades do fruto. Estes estudos, publicados nas revistas SN Applied Sciences, ACS Omega, e European Food Research and Technology demonstraram que esta variante, típica da região do Fundão, é, particularmente, rica em compostos com atividade antioxidante, tais como antocianinas, quercetina e melatonina. Foi assim, por esse motivo, a variante selecionada para utilização neste último trabalho no cancro da próstata, o qual contou com o apoio da Câmara Municipal do Fundão. Este incentivo permitiu a aquisição de reagentes de laboratórios diversos e a contratação de uma bolseira, tal como consta na secção de agradecimentos do artigo recentemente publicado.
Este é o primeiro estudo a mostrar um tão amplo espectro da ação da das cerejas sobre células tumorais, o que, no caso do cancro da próstata, pode ser benéfico na prevenção e como eventual coadjuvante para controlar a progressão da doença. “Mais estudos serão necessários para se estabelecer em definitivo uma relação causa-efeito entre consumo de cerejas e prevenção do cancro, mas os vastos benefícios e as excelentes propriedades deste fruto são inquestionáveis”, pode ler-se na nota de imprensa.