A Covilhã quer ser cidade criativa da UNESCO em 2022 e a CMC já apresentou essa intenção ao Secretariado Nacional daquela organização, sendo a primeira cidade nacional a fazê-lo, adiantou ontem Regina Gouveia, vereadora da cultura na autarquia, durante a conferência de imprensa de apresentação da candidatura.
Uma candidatura que será liderada pela autarquia, que está a trabalhar em estreita colaboração com a Universidade da Beira Interior, frisou, explicando que será um trabalho “pluridisciplinar e espera envolver outras entidades”.
A vereadora adiantou que a candidatura será na “área do design, com especial enfoque nas questões da sustentabilidade e responsabilidade ambiental e social”, ideia que “agradou muito à UNESCO, porque não há nenhuma cidade nacional com esta distinção”, especificando que o “enfoque será no design que tem estratégias próprias para a sustentabilidade”.
A autarca avançou que a câmara já está a desenvolver projetos práticos para densificar a candidatura formal, nomeadamente na Galeria Tinturaria, onde, após experiências realizadas, “vai começar a funcionar uma oficina de artes” e que já abriu o “Espaço Tecer”, onde todos os dias crianças e seniores, entre outras atividades, “irão aprender a tecer”, especificou. Outra das faces visíveis da candidatura será um novo “símbolo identitário da cidade que se irá conhecer em breve”, que segundo explicou resulta do aproveitamento de vestuário.
Da parte da UBI a candidatura está a ser trabalhada pelo professor Francisco Paiva que apresentou como ponto positivo para a candidatura o facto de a UBI ter “uma das mais abrangentes formações académicas do país na área do Design”, nomeadamente com os cursos de Design Multimédia, Design de Moda, Design Industrial e Design e Desenvolvimento de Jogos Digitais, além de áreas relacionadas como o Cinema e a Arquitetura, o que representa um total de mais de 1000 alunos envolvidos, frisou.
Para o professor, conta também a favor da candidatura da Covilhã o facto de apenas haver em Portugal 7 cidades criativas “e nenhuma no interior”, considerando este “mais um argumento para a candidatura se impor e afirmar o seu caráter diferenciador”.
Para o presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira, que também participou na sessão, a candidatura é também uma homenagem “ao ADN da Covilhã” e aos lanifícios, que desde sempre estiveram ligados ao design e à criatividade, afirmando que este “este é um legado histórico que tem de ser honrado”.
O reitor da Universidade da Beira Interior, António Fidalgo, coloca o enfoque na “cooperação” que se está a criar entre as duas instituições, que “anima a UBI”, frisou. Afirma que a candidatura “é ouro sobre azul no propósito da UBI de solidificar a sua Faculdade de Letras e o seu recente departamento de Artes”. Prometeu ainda, na conferência de imprensa, colocar “todos os seus recursos e faculdades” ao serviço da candidatura e “convocar todo os saberes, para fazer da Covilhã uma cidade mais encantadora”.
Referir que a partir do momento que a autarquia mostrou formalmente a intenção de apresentar candidatura, o Secretariado Nacional irá acompanhar todas as ações e começar um escrutínio que terminará em 2021. Nessa altura serão escolhidas apenas 4 candidaturas de cada país para aprovação final e dessas apenas 2 serão aprovadas.