O galardão mulheres notáveis, que pretende assinalar o papel da mulher na esfera pública, foi lançado oficialmente na última quinta-feira, no salão Nobre da Câmara Municipal da Covilhã, durante as comemorações do Dia Municipal para a Igualdade.
Esta é 2ª edição do galardão, que surge no âmbito do plano intermunicipal para a Igualdade da Cova da Beira, em que estão envolvidos os 3 municípios do território com a coordenação da CooLabora.
Um prémio que serve para evidenciar o papel das mulheres que é “constantemente apagado”, frisou na apresentação Graça Rojão, que, no caso da Covilhã, aponta como exemplo a toponímia. “A única rua com nome de mulher é a de Santa Maria” lamentou, acrescentando que as desigualdades se notam “também nas homenagens promovidas pelos municípios”, ou até olhar para a composição de executivos municipais, desafiou a responsável pelo plano. Com este galardão pretende-se “dar visibilidade a esse papel e estimular essa participação” realçou ainda Graça Rojão.
As inscrições para o prémio são online, as mulheres podem ser nomeadas por outrem ou por elas próprias até dia 30 de janeiro, no site da CooLabora. Terão de ter mais de 16 anos e ser residentes na Cova da Beira e que tenham tido um papel fundamental em áreas como educação, cultura ciência saúde economia, política entre muitas outras, explicou Graça Rojão.
Recordar que na primeira edição do galardão, entregue a 8 de março de 2018, a organização recebeu 59 candidaturas, aceitou 56 e galardoou 5.
Tereza Carmem Miguel na categoria economia, Otília Correia em cidadania e política, Leonor Narciso em arte e cultura, Catarina Rondão em desporto e Maria Ascensão Simões na categoria educação e ciência foram as primeiras galardoadas.
No próximo ano o galardão será entregue, à semelhança do que aconteceu na primeira edição, por ocasião das comemorações do Dia Internacional da Mulher.
Um prémio que é também uma questão de justiça, disse Regina Gouveia, vereadora com o pelouro da ação social na autarquia. Para a autarca, “igualdade”, para além de ser uma questão de “inclusão” é uma questão “de justiça”. “O outro deve merecer igual tratamento, valorização e visibilidade do seu trabalho e do seu papel no trabalho e na família ou noutros contextos” frisou.
Recordar que o plano intermunicipal para a igualdade foi criado na Covilhã em 2016, no âmbito do projeto Violência Zero, em 2017 integrou também Belmonte e o Fundão, é coordenado pela cooperativa CooLabora e integra 26 parceiros entre autarquias e freguesias, forças de seguranças, IPSS e outras instituições e associações.
Tem prioridades traçadas até 2020, que passam por áreas como a “educação, trabalho e emprego, violência de género e doméstica e sensibilização da comunidade”, onde um longo caminho já foi percorrido, “mas onde há ainda muito a fazer”, alertou na quinta-feira Graça Rojão.