João Carvalho, presidente da Autoridade de Mobilidade e Transportes considera que o sistema proposto pela Câmara Municipal da Covilhã “está na primeira divisão destes projetos a nível nacional e europeu”. O responsável falava aos jornalistas após a apresentação do sistema em conferência, ontem durante a tarde, no salão Nobre dos Paços do Concelho.
O responsável adiantou ainda que desde sexta-feira, os serviços da autoridade estão a analisar os detalhes propostos, mas assegurou pelo genérico que viu no salão nobre, “é um bom plano, inovador e ao nível dos melhores do país e da Europa”.
João Carvalho destaca “a integração de todos os sistemas de mobilidade e o cuidado com os cidadãos” proposto. Para aquele organismo é importante que os projetos apresentados tenham equilibro em 3 vetores, o dos investidores, dos utilizadores e o dos contribuintes e “este ultrapassa as nossas preocupações”, frisou o responsável, destacando que “do ponto de vista genérico é um bom plano, com certeza, que merecerá a nossa aprovação, mas sujeito a analisar o detalhe”, especificou.
Dizer que a Autoridade tem 30 dias para se pronunciar, João Carvalho afirma que “irão tentar responder antes”.
A concessão terá um custo 800 mil euros anuais, a anterior custava 600 mil e na comparação entre “o que temos e o que iremos ter, os 200 mil euros a mais são amplamente compensados” refere o presidente da Câmara, Vítor Pereira. “O que tínhamos não chega e custava 600 mil euros, passaremos para uma oferta integrada, com tudo incluído, com melhor acessibilidade e mais rápida, proporcionando melhor qualidade de vida” explica o edil. Genericamente, Vítor Pereira considera que o sistema de mobilidade proposto será “mais fluido, amigo do ambiente e do cidadão e será acessível do ponto de vista económico”.
Para além dos serviços de transporte, o plano inclui estacionamento à superfície e subterrâneo, mobilidade suave com bicicletas e trotinetas, serviço de elevadores e funicular. Uma integração que visa “conseguir escala” e “acabar com a concorrência entre os vários modos de transporte, a bem dos utilizadores”, explicou Valter Duarte responsável pela elaboração do plano.
Segundo o caderno de encargos proposto, os concorrentes serão “desafiados a repensar” a rede de transportes urbanos para a cidade, sendo que “gostaríamos de ter uma lógica semicircular no centro, com as carreiras suburbanas também a ser integradas”, explicou o responsável, afirmando que desta forma “será mais fácil interpretar a rede e de qualquer ponto se poderá aceder a outro”.
Outras das grandes alterações será a concessão dos elevadores e funicular, com o concessionário a “ser responsável pela sua manutenção”. Estão previstas “coimas caso as paragens nos equipamentos sejam prolongadas”, frisou Valter Duarte. Os equipamentos serão grátis para moradores do concelho e com uma taxa de 50 cêntimos para utilizadores ocasionais.
Os cerca de 80 abrigos existentes na rede também serão concessionados, passando para o concessionário a exploração de publicidade e a sua reformulação e manutenção.
Haverá duas novas carreiras para as Penhas da Saúde, e, a possibilidade de criar uma outra para a Torre em épocas específicas como Natal, Páscoa e Carnaval.
Quanto aos custos para o utilizador, Vítor Pereira garante que os passes urbanos manterão os preços atuais, “podendo até ser reduzidos”, o mesmo acontecendo com os interurbanos. Serão também mantidos todos os passes sociais. Os estudantes até ao 12º ano terão passes grátis, assim como os universitários aqui recenseados. Os restantes alunos da UBI terão desconto de 25%. A Câmara Municipal espera lançar o concurso público internacional “até final do ano”, aguardando apenas o parecer da Autoridade da Mobilidade e Transportes.