AM Covilhã: Orçamento passa com voto contra da oposição

A oposição em bloco votou contra o orçamento para 2020 da Câmara da Covilhã, no valor global de 47,2 milhões de euros, criticando a “falta de estratégia e ambição” espelhada pelas opções da maioria socialista.

“Um orçamento que encaixa na estratégia do município” responde o PS. À falta de ambição o presidente da Câmara responde com os “26 milhões em projetos e ações” espelhados no documento.

Marco Aurélio, do PSD, afirmou que o orçamento reflete uma realidade “de pequenez de um executivo sem ambição”, acrescentando que se limita “a gerir o dia-a-dia”. O deputado laranja acusa ainda a maioria socialista de “esconder uma divida de 6 milhões de euros” sob a forma de “subsídios compensatórios à Águas da Covilhã, AdC, e que não aparecem nos documentos”.

Por parte do PCP as críticas começaram com Marco Gabriel, frisando que as “opções de investimento se centram na cidade”. Seguiu-se Jorge Fael, que olhando à situação laboral no município afirmou que continua a existir precariedade. Para o deputado não se pode “resolver a precariedade pela porta através de um programa extraordinário e ela continuar a entrar pela janela”. Vítor Reis Silva considerou ainda que a autarquia deveria ir mais longe “para aliviar as famílias” e mexer na tabela de taxas e compensações e outras receitas.

Para Luís Fiadeiro, Movimento De Novo Covilhã, os documentos “não mostram ambição nem estratégia”, limitando-se a “refletir as transferências do estado na delegação de competências e o peso das despesas com pessoal”. Para o líder da bancada independente na Assembleia Municipal da Covilhã há obras importantes que estão ausentes, como “a Barragem da Covilhã” e “não há um esforço sério para o alcatroamento das estradas do concelho”.

Da bancada do CDS as críticas chegaram pela voz de João Lopes Bernardo que afirmou que este “é um orçamento de faz de conta”, “com taxas e taxinhas” feito de “copy paste” do passado. Para o centrista quando o executivo “precisa de receita recorre á venda de imóveis, referindo-se aos terrenos junto ao Data Center”. Frisou que as receitas, em especial as que dizem respeito à educação “assentam todas nas transferências previstas pelo Orçamento do Estado” e que caso não aconteçam “não haverá nada para as escolas”, acusou.

Críticas que a maioria socialista na Assembleia Municipal e no executivo já esperava. Vítor Pereira, presidente da Câmara, afirmou mesmo que “refletem a preocupação com o sucesso” da sua governação.

“Um orçamento que encaixa na estratégia global do PS para o concelho” defendeu Pina Simão da bancada rosa. Vítor Pereira acrescenta que “é realista e moderadamente otimista”. À falta de ambição responde com 20 milhões de euros previstos no plano plurianual de investimentos e 26 milhões para lançar em 2020 ironizando que para a oposição “é poucochinho”. Para o autarca a sua gestão “arrumou a casa, pagando os desvarios de outros” o que permite que a “autarquia seja de novo pessoa de bem”.

O orçamento foi aprovado com 26 votos a favor, do PS e presidentes de Juntas de Freguesia e 12 contra do CDS, De Novo Covilhã, PCP e PSD.