Miguel Morais, residente no Ferro foi ontem à reunião da Assembleia Municipal (AM) da Covilhã queixar-se de discriminação face a outros residentes naquela freguesia. Em causa o asfaltamento do caminho de acesso à sua habitação que reclama há mais de 18 anos e que está apenas a mil metros do centro da Vila.
“Um caso entre muitos”, disse o presidente da Junta que considera a sua resolução “uma prioridade para o executivo”.
No caso ontem levado a público, em causa está o asfaltamento do caminho, que Miguel Morais “afirma ser público” e cujo arranjo já reclamou por diversas vezes ao longo dos anos, tendo recebido sempre respostas negativas por parte da CMC com a justificação de que “caminhos sem redes públicas de abastecimento de água e drenagem de esgotos não são asfaltados”.
O munícipe afirmou-se discriminado se comparado, por exemplo, com o cidadão Jorge Gomes, vereador na autarquia, cujo caminho de acesso à habitação tem as mesmas características e que foi recentemente asfaltado.
Questiona qual “a razão”, afirmando que tal “viola o princípio de igualdade entre cidadãos”. Questiona ainda se “este era um dos caminhos prioritários” identificados pela Junta de freguesia e se “residem ali muitas famílias” e se existem “redes de abastecimento de água e esgotos”, tal como é colocado como condição na carta que lhe enviaram.
“Não há discriminação, garantiram a uma só voz o presidente da junta e o presidente da câmara, afirmando que o caminho em causa foi asfaltado porque “tal como outros já tinham feito na freguesia, nomeadamente o presidente da junta”, foi o próprio que pagou os materiais.
O presidente da Junta de Freguesia, Paulo Ribeiro, afirma que “aconteceu com Jorge Gomes o mesmo que me aconteceu a mim, paguei para que fosse asfaltado”.
Vítor Pereira, presidente da Câmara garantiu que “aqui não há cidadãos de 1ª ou 2ª, sejam Presidente da República ou vereadores são todos iguais, reforçou garantindo que foi o vereador, tal como já tinha feito o presidente da Junta, que pagou os materiais para o asfaltamento.
Paulo Ribeiro disse ainda na Assembleia Municipal que esta é uma das situações “preocupantes da sua freguesia”, que tem vários caminhos para asfaltar. Uma situação que levou a junta a “abdicar da requalificação do largo das festas para garantir o asfaltamento de 4 caminhos que servem mais de 150 pessoas”, frisou o autarca acrescentando que “um deles é o identificado” por Miguel Morais.
Paulo Ribeiro acrescenta que na freguesia “se assinam documentos em que se abdica do asfaltamento” para se ter “os projetos aprovados”. Acrescenta do que na freguesia há centenas de quilómetros de caminhos em terra batida sendo que alguns casos estão a meros “500 metros do centro da Vila”.
Mais afirma que “não assinou qualquer papel há 18 anos a abdicar fosse do que fosse”, embora considere que “nos casos mais recentes tal possa acontecer”, não foi o seu caso que “anda na lama há 18 anos” e quer ver a situação resolvida.