A Plataforma pela Reposição das Scuts na A23 e A25 quer ver contemplado no Orçamento do Estado para o próximo ano a abolição “imediata” das portagens para residentes e descontos de 50% para os restantes utentes daquelas vias. A plataforma propõe ainda que o seu principal objetivo, a abolição total, seja atingido durante esta legislatura.
Uma proposta “concreta e ponderada” disse Luís Garra que falava na conferência de imprensa de apresentação da medida, ontem ao início da noite, acrescentando que este foi o momento “oportuno”, para o fazer “face à discussão de propostas para próximo Orçamento”.
O representante da União de Sindicatos de Castelo Branco na Plataforma afirmou ainda que “há disponibilidade para discutir a proposta com o governo”, deixando aberta a porta ao diálogo “porque as portagens são importantes, mas não são a única matéria que condiciona o nosso desenvolvimento” sublinhou.
O sindicalista vincou que em matéria de Coesão Territorial “há uma divida para com o interior”, uma vez que estas autoestradas, antigas Scuts, (vias sem custos para o utilizador), foram criadas para promover, na região, um desenvolvimento económico e social ao nível do litoral “o que não foi atingido” sublinhou.
Uma dívida que “pode ser paga a prestações” disse o presidente da Associação Empresarial da Beira Baixa, José Gameiro admitindo que “o país chegou a uma situação tal que não se pode exigir tudo de uma vez”
Um pagamento que exige “medidas drásticas”, disse Luís Veiga, do Movimento de Empresários pela Subsistência do Interior, frisando que “não se vai lá com paninhos quentes”.
Para o empresário a região “não tem mobilidade e tem que a pagar”. Para além da ferrovia “que não funciona” e da falta de alternativas às autoestradas, “também não vai haver na região o passe-intermunicipal”, criticou.
José Gameiro mostrou ainda “esperança” de que “desta vez” a Plataforma consiga “algo de significativo”, face “aos aliados de peso que esta causa já ganhou” numa alusão às recentes declarações do ministro da Economia e da ministra da Coesão Territorial sobre o tema, que “só podem dar esperança, frisou o dirigente.
Já Marco Gabriel da Associação de Utentes da A23 considera a proposta “ponderada e mais do que justa” e que “dá espaço e tempo de manobra ao governo” para resolver questões burocráticas para, até ao final da legislatura, aplicar a abolição total de portagens.
Referir que a Plataforma de Entendimento para a Reposição das Scut na A23 e A25 integra sete instituições, nomeadamente a Associação Empresarial da Beira Baixa e a da Região da Guarda a União de Sindicatos de Castelo Branco e a da Guarda, a Comissão de Utentes da A23 e a da A25 e o Movimento de Empresários pela Subsistência do Interior.