A reestruturação do Instituto Politécnico de Castelo Branco terá sido “forçada pelo governo” avança o jornal Publico na edição de sexta-feira.
Os institutos politécnicos de Castelo Branco, Tomar e Santarém chegaram ao final do ano passado sem capacidade para pagar salários e, por isso, receberam um reforço do Governo de dois milhões de euros, avança o jornal.
Em troca, as instituições, comprometeram-se a avançar com uma reestruturação organizativa e financeira que pode passar por fundir escolas ou reduzir o número de professores contratados, refere ainda a notícia.
O Sindicato do Ensino Superior (SNESup), em declarações à agência Lusa, acusou a tutela de “criar desequilíbrios”, referindo que existem instituições com dificuldades em pagar salários e outras com saldos de gerência acumulados de mais de 80 milhões de euros.
À Lusa, o presidente do SNESup, Gonçalo Leite Velho, lembrou que estes problemas de tesouraria não são novidade para algumas instituições de ensino superior.
Para Gonçalo Leite Velho, o Ministério é responsável por “criar um desequilíbrio do sistema” que poderia ser corrigido se houvesse “solidariedade entre as instituições”, que deveriam operar em rede, defendendo que “devia ser implementado um regime de cooperação e não de competição, à semelhança do modelo californiano”, criado na segunda metade do século passado, defendeu.
Também o Sindicato de Professores da região Centro já veio manifestar-se contra a reestruturação do Instituto Politécnico de Castelo Branco.
Passar as atuais seis escolas para 4, “leva à descaracterização de quatro das atuais escolas com especial ênfase para a Escola Superior de Educação e para a Escola Superior Agrária de Castelo Branco, escolas fundadoras do IPCB com extraordinária importância na região e no país”, acusa o sindicato em comunicado.
O sindicato refere ainda que, ao nível dos espaços físicos, “foram propostas várias alterações, sem que nenhum dos atuais seis edifícios em atividade deixe de funcionar. Estas alterações irão mobilizar pessoas e bens sem que seja conhecido o custo e os objetivos destas mudanças”.
O Sindicato dos Professores da Região Centro considera que todas estas alterações ocorreram sem debate e reafirma a “necessidade de se proceder à discussão alargada das implicações da decisão, bem como dos benefícios e prejuízos delas decorrentes”. Questiona se os postos de trabalho estão garantidos, e como decorrerá a deslocação de docentes, pessoal técnico-administrativo e assistentes operacionais entre as Escolas.