Pires Manso, professor catedrático na Universidade da Beira Interior e responsável pelo Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social (ODES), divulgou os dados sobre o desemprego no país e na região e concluiu que “há razões para estar moderadamente otimista”, disse à nossa reportagem. Para o professor, Portugal está quase numa situação de “pleno emprego”, mas é precário.
Segundo os dados que divulgou no “Barómetro Social de Dezembro”, o número total de desempregados em Portugal Continental era no passado mês de novembro de 283 866, com uma taxa de desemprego a rondar os 6%, “inimaginável há 4 anos”, vinca. Na Região Norte situam-se cerca de 43% do total, na Região Centro 15%, em Lisboa e Vale do Tejo 31%, no Alentejo 5% e no Algarve 6%.
A Beira Interior apresenta 7750 desempregados, cerca de 19% do total da Região Centro. Por concelhos Castelo Branco e Covilhã têm cerca de 17% cada, desse total.
Das cinco maiores cidades da Beira Interior, Castelo Branco é a que tem mais desempregados com 1314 (3.2% da Região Centro), seguida da Covilhã 1303 (3.1%), da Guarda com 1229 (3%), do Fundão com 671 (1.6%) e de Seia com 607 (1.5%).
Pires Manso não tem dúvidas que na região, como a nível nacional, a taxa de desemprego se situa próximo dos 6%, o que em economia quer dizer “próximo do pleno emprego, o que é de salientar”, vinca o professor. Realça que “houve uma efetiva criação de postos de trabalho, nos últimos 5 anos, com uma redução de mais 80% do desemprego”.
O professor explica que em todos as economias há sempre 4 a 5 % de pessoas “que não se conseguem fazer trabalhar”, colocando Portugal entre os países que “estão a atingir o pleno emprego”.
Uma realidade que tem um sabor agrido-doce. Por um lado há mais gente a trabalhar, mas, “era espectável que os salários aumentassem, pelas leis do mercado, o que não acontece”. Pires Manso salienta ainda que o emprego criado “é precário” e “até na Função Pública se está a criar emprego a prazo”.
Nota ainda para o desemprego entre os jovens, “que também regista uma diminuição”, no entanto não tão acelerada como noutros setores, porque “os empresários continuam a mostrar reservas em contratar jovens sem experiência que precisam de formação para a profissão”, refere.
Apesar dos aspetos menos positivos, o professor catedrático da UBI na área da economia, mostra-se “moderadamente otimista para este novo ano”, salientando que “a nossa economia, segundo os indicadores irá crescer 1,5%, logo acima da média da União Europeia” o que quer dizer que o emprego irá ainda crescer. “Não é muito, mas é motivo para um otimismo moderado”, conclui.