O Tribunal de Coimbra condenou, no dia 24, cinco de seis arguidos acusados de tráfico de seres humanos, entre 2013 e 2018, a penas efetivas de prisão, entre seis e sete anos. Quatro arguidos, pertencentes ao mesmo núcleo familiar com residência na área da Covilhã, foram condenados a sete anos de prisão efetiva, um a seis anos de prisão e outro a cinco anos de prisão suspensa na execução, afirmou o juiz João Ferreira, que procedeu, na segunda-feira, à leitura de sentença, adianta a agência Lusa.
Quatro arguidos foram condenados pela prática de oito crimes de tráfico de seres humanos, um por sete crimes de tráfico de seres humanos e um por seis.
Todos os arguidos estavam acusados de participarem num grupo que, entre 2013 e 2018, ludibriava homens em situações económicas vulneráveis (a maioria eram sem-abrigo), especialmente nas cidades de Aveiro e Coimbra, para irem para explorações agrícolas em Espanha, onde depois eram obrigados a trabalhar sem qualquer descanso e sem qualquer pagamento, referia o Ministério Público, na acusação a que a agência Lusa teve acesso.
O Tribunal deu como provada grande parte da acusação, com “algumas exceções relevantes”.
Também em relação ao crime de associação criminosa de que os arguidos estavam acusados, o coletivo de juízes considerou que, apesar de se estar perante um caso “com alguma estabilidade e permanência temporal”, tratava-se de uma atuação cujas relações eram reflexo da estrutura familiar, sustentou João Ferreira.
Os quatro arguidos com as penas mais pesadas pertenciam todos ao mesmo núcleo familiar – mãe, dois filhos e o companheiro de uma filha -, para além de que o grupo era liderado pelo pai, que continua fugido à justiça e que será julgado num processo separado.