A Delegação Distrital da Associação Portuguesa de Deficientes, APD, alerta, em comunicado, para a necessidade de defender as pessoas com deficiência durante a luta contra a pandemia, no acesso a cuidados de saúde, nas comunicações com língua gestual e na retribuição financeira para os cuidadores que tiveram de assumir essa tarefa com o encerramento de instituições que tinham deficientes a seu cargo.
Em nota enviada à nossa redação, afirma ainda que, a lei que estipula as regras do Estado de Emergência “não contém nenhuma recomendação explícita de protecção às pessoas com deficiência, embora alguns grupos de risco associado a determinadas doenças crónicas possam incluir essas pessoas”.
De entre as exigências a APD, reclama “prioridade no atendimento a pessoas com deficiência que não está a ser respeitada”, frisando que o Dec- Lei 58/2016 não foi revogado e refere que todas as pessoas, públicas e privadas, singulares e coletivas, no âmbito do atendimento presencial ao público, devem atender com prioridade sobre as demais pessoas, entre outras as “pessoas com deficiência ou incapacidade.
A Delegação Distrital da APD, que tem sede na Covilhã, chama ainda a atenção para as reivindicações da Confederação Nacional de Organizações de Pessoas com Deficiência, que em comunicado alerta para a dificuldade que alguns dos seus associados enfrentam, referindo que “o isolamento social de pessoas com deficiência, seja ela intelectual, física ou decorrente de AVC e outras patologias, pode tornar-se num sentimento de abandono ou de rejeição com graves consequências sobre o estado de saúde mental e geral”.
Por outro lado, “a alimentação e a higiene domiciliária podem, também, tornar-se particularmente difíceis, senão impossíveis, assim como o acesso aos cuidados de saúde, dados os constrangimentos e prioridades sanitárias atuais”.
A confederação “reclama” junto do Governo e, em particular, “junto das autoridades responsáveis pelas áreas da solidariedade, da saúde e da proteção civil, assim como junto dos Presidentes de Câmaras Municipais e de Juntas de Freguesia, a urgente localização das pessoas com deficiência em situação crítica de isolamento para que lhes seja prestado o necessário apoio domiciliário, garantindo que não lhes falte os bens essenciais e que mantenham algum contato humano”.