Cariense infetada no Dubai está a recuperar bem e envia mensagem: Isolem-se

É jovem, natural de Caria, estudou na Universidade da Beira Interior e está agora a residir e a trabalhar no Dubai. Passou “pelo pior dia da sua vida, longe da família”, descreve Sofia ao falar sobre a doença.

Dá a conhecer o seu caso para alertar precisamente para “a gravidade deste vírus e da pandemia” que considera “mais inteligente do que nós os humanos”. Isolem-se é o que pede no final.

“Os meus sintomas podem só ter começado 3 semanas depois e embora me tenham dado como caso oficial de Covid-19, devido ao raio X ao pulmão e aos meus sintomas, aquele exame que se faz e que tanta confiança nos dá, nunca deu positivo”, alerta no seu testemunho. Depois de ter contactado com um amigo que teve teste positivo, fez também o seu e iniciou a sua quarentena.

Quando pensava que tudo ia retomar o seu curso normal, começou “a ter uma falta de energia estranha, falta de apetite e dores de garganta” e com “febre, dores de garganta, ouvidos e tosse foi um dia de madrugada de ambulância para o hospital” onde ficou internada, descreve.

Após nova bateria de exames foi diagnosticada com “amigdalite” e com o tratamento começou a melhorar, mas, a febre regressou e acabou por não ter alta hospitalar. Apesar de a própria atribuir as dores que tinha nas costas ao facto de estar sempre deitada e a dor no peito à ansiedade, os clínicos não descuraram estes sintomas, e um raio x aos pulmões levou ao diagnóstico de pneumonia.

“Foi repetido o teste para o novo coronavírus que veio negativo”, e aí começou o seu martírio.

Descreve aquele que considera “um dos piores dias da vida, à noite comecei a tossir, vomitar e não conseguia respirar”. Afirma que as dores eram tantas que “cheguei a pedir aos meus anjinhos que me levassem” e agradece à família que, mesmo à distância, lhe deu forças para continuar.

Os médicos da clínica onde se encontra, acharam que não havia motivos para mais sofrimento (“os testes à Covid-19 não são fáceis”),  e considerada caso positivo iniciando o tratamento, que “é de doidos”, conta a Sofia afirmando que “cheguei a desmaiar de fraqueza”, após vários dias a vomitar.

Conseguiu dar a volta e vencer o pior desta etapa, “ainda tenho febres altas e a tosse ainda é bastante, mas estou num bom caminho”, descreve.

“Foi um período muito complicado, o facto de estar a meio mundo de casa, isolada e muitas vezes faltarem as palavras para definir o que realmente sentia não ajudou. Facilitou muito a equipa médica, de limpeza e de logística do hospital que me tratam como se fosse um deles”, agradece a jovem cariense que teve nas “tecnologias o outro pilar para esta luta” pois “sempre que precisava estava a uma chamada dos meus pais e irmãos”.

Um relato que decidiu tornar público porque quer passar a mensagem para “não se confiar cegamente nos testes”, para se ter em atenção o seu caso que “ao fim de mais de um mês ainda está negativa”.

Pede a todos que “fiquem em casa, isolem-se o máximo possível, usem máscaras e luvas quando têm de sair de casa mas não caiam na loucura, lembrem-se que muitos de nós ainda nos podemos isolar, mas quem está na linha da frente só se pode proteger com esses utensílios”.