Foram duras e diversificadas as denúncias que os vários sindicatos da União dos Sindicatos de Castelo Branco (USCB) denunciaram na Tribuna Pública organizada pela estrutura afeta à CGTP, na última sexta-feira, junto à Segurança Social na Covilhã. Um local “simbólico” para chamar a atenção para “o desfalque” cometido contra aquela instituição em tempo de pandemia, referiram vários dirigentes sindicais.
“Roubo aos trabalhadores”, “despedimentos ilegais” e outros atropelos à lei laboral foram denunciados, com Luís Garra coordenador da USCB, a afirmar que “à pala da pandemia há muita gente a enriquecer” e “muitos trabalhadores que estão a passar fome”.
Para o sindicalista, algumas das grandes empresas, “entre o que não pagaram aos trabalhadores e à segurança social e o que vão receber de apoio, graças ao Layoff, tendo mil trabalhadores, vão receber no primeiro mês 1 milhão de euros”. Luís Garra denuncia o que intitulou de “falsos samaritanos”, que nesta fase de pandemia “se armaram em solidários e beneméritos”, mas fizeram-no “com o dinheiro do estado e dos trabalhadores”, “isto tem que nos indignar” reforçou Garra.
O coordenador denunciou ainda o “aumento desmesurado” do desemprego entre fevereiro e maio. “Mais de 20% de aumento” vincou, acrescentando que este tem “várias origens, mas os mais afetados foram os precários e entre eles as mulheres e jovens”. Garra explicou que muitas empresas “aproveitaram a confusão inicial” para despedirem e depois “irem aos bolsos da segurança social”. Recordando que “quem fosse a layof não podia despedir”, relembra que essas empresas “já tinham despedido e por isso já tinham a mesa limpa”, denunciou.
Referir que nesta tribuna pública usaram da palavra dirigentes sindicais dos diversos setores, denunciando situações de “abuso, de não pagamento de horas extraordinárias durante a pandemia e de assalto aos cofres da segurança social”.
Um retrato “fiel, mas insuficiente” disse o coordenador, considerando que “houve um fartar vilanagem” durante estes meses, e que, tal como a CGTP alertou, “por trás de uma pandemia de saúde criou-se uma pandemia económica e social, com consequências graves para o país e para esta região”, frisou.