O valor da fatura da água na Covilhã continua no topo da atualidade, por via da petição “Redução urgente dos preços da água, saneamento e resíduos no Concelho da Covilhã”, subscrita por mais de 1000 pessoas e que o primeiro subscritor, Jorge Fael, já enviou ao presidente da assembleia municipal para agendamento e discussão.
O presidente da Câmara da Covilhã reconhece “que o debate é positivo”, mas reitera que está, tal como tem estado desde o início do mandato, “a trabalhar nesta matéria”.
O autarca vinca uma vez mais que o problema “não está no preço da água, que é a mais barata da região, mas sim no preço da taxa de saneamento que é o dobro da média nacional”. Explica que o tarifário de saneamento foi “contratualizado na altura da concessão” e que a Câmara, “teoricamente, tem 30% da empresa responsável por essa concessão, a Águas da Serra, mas na prática isso não acontece uma vez que os lucros foram antecipados” e pagos na altura à autarquia. A câmara “não tem palavra a dizer sobre o preço desta taxa”, concluiu o autarca.
Vítor Pereira acrescenta que ao executivo resta “trabalhar com a empresa” no sentido de a sensibilizar para “a enormidade que é esta taxa” e negociar. O presidente da Câmara não descarta mesmo a hipótese de chegar à barra dos tribunais para conseguir a diminuição.
O edil considera ainda que a petição que surgiu nesta época “porque há muita gente que pensa que a Câmara pode baixar este valor e não pode” vinca o autarca, concluindo que “mesmo que a Águas da Covilhã pusesse a água grátis, ainda assim esta taxa seria pesada, porque até se gastaria mais e quanto mais se gasta mais se paga de saneamento”, explicou.
Uma discussão que é sempre positiva reitera o autarca afirmando que “a mais importante é que se tem na frente negocial ou, embora não desejável, na judicial”.
Recordar que na petição, é descrito que “a pandemia, com todas as suas brutais consequências, veio agravar uma realidade já conhecida e completamente inaceitável: os covilhanenses pagam a fatura mais cara de água, saneamento e resíduos do distrito e uma das mais elevadas do país”, sendo que os subscritores “exigem a redução urgente dos preços da água, saneamento e resíduos para valores económica e socialmente justos, garantindo a acessibilidade e um serviço público de qualidade para todos os cidadãos”.