“Tenho para mim uma meta, até ao final do ano, para resolver a redução da Taxa de Saneamento indexada ao consumo da água”, afirmou Vítor Pereira, presidente da Câmara Municipal da Covilhã na reunião pública da autarquia, hoje, dia 5 de maio, durante a manhã.
O autarca explicou que está a negociar com o parceiro privado, de forma “veemente”, para resolver este dossier, reconhecendo que “a água não é cara, o que é caro é o saneamento que está indexado a este consumo”.
O autarca frisa que esta situação resulta “do contrato de concessão das Águas da Serra que está desfasado”, sustentando que é “preciso tratar do equilíbrio financeiro do negócio, para desatar o nó górdio” da fatura da água, referindo-se à Taxa de Saneamento que “tem um valor superior à média nacional”, reconheceu. Um trabalho que a autarquia está a desenvolver “afincadamente”, para “resolver uma taxa que é gravosa”, disse o autarca.
A fatura da água “difícil de pagar”, chegou à reunião de câmara pela voz de Adolfo Mesquita Nunes, vereador do CDS-PP, que criticou as “prioridades” da Câmara, especificando que transferiu verbas para “o Parkurbis, mais de 70 mil euros para pagar o salário do administrador, e para a RUDE mais de 170 mil para uma transação judicial”. Contas feitas, o centrista afirmou que a Câmara “gastou 240 mil euros” pois teve como prioridade o “Parkurbis e RUDE em vez de baixar o tarifário da água”. Defendeu que “é preciso rever o regime de ajudas à população” considerando que esta “é insuficiente”.
Para Adolfo Mesquita Nunes é preciso rever o montante máximo de ajuda concedido, bem como alargar a ajuda a quem perdeu rendimento sem especificar de que forma.
O presidente da Câmara frisa que a ajuda concedida “foi a mais consentânea com o momento”, sustentando que “é preciso ser prudente uma vez que não se sabe qual será a evolução da pandemia, que pode ter uma segunda vaga ou agravar-se” e por isso “é preciso ter uma reserva financeira estratégica”, disse.
A posição de Adolfo Mesquita Nunes foi também criticada por Carlos Pinto, do movimento De Novo Covilhã, que se juntou, neste ponto, às críticas de Vítor Pereira considerando “política barata” misturar o momento pandémico com o acordo que foi celebrado entre a RUDE e CMC, quando tal foi feito “ainda o vírus estava muito longe”, vincou.
Também a critica à transferência de verbas para o Parkurbis mereceu reparo de Carlos Pinto acusando Mesquita Nunes de demagogia e defendendo que “esta é uma obrigação de uma entidade do perímetro municipal” que não pode dizer que “cumpre depois da crise pandémica passar”.