O plano de transportes escolares na Covilhã para o próximo ano letivo foi aprovado, por maioria, na reunião de câmara de sexta-feira. Um plano “normal” para um ano “excecional”, já que não reflete “as particularidades do ano letivo” porque ainda “não se conhecem na sua totalidade” explicou a vereadora da educação Regina Gouveia.
A autarca, após um pedido de esclarecimentos de Adolfo Mesquita Nunes (CDS), avançou que este é “um plano que segue os parâmetros normais” mas “havia a necessidade de o lançar agora ou corria-se o risco de não haver transportes no inicio do ano letivo”. Regina Gouveia esclareceu que “em determinadas carreiras pode aumentar-se o número de alunos e noutras diminuir-se”, o que só irá acontecer quando o ministério enviar diretrizes sobre a “organização escolar do próximo ano”.
A única novidade em relação a outros anos é a inclusão de circuitos de transportes especiais, “que têm a ver com incapacidade de mobilidade física e outras especificidades” e que até aqui era da responsabilidade dos agrupamentos de escolas e que agora compete à Câmara. “Não está previsto nada de excecional quanto a percursos”, garantiu.
Numa altura “em que todos sabemos que o ano vai ser excecional, o plano devia refletir essa situação”, frisou o vereador do CDS na reunião de câmara, vincando que seria “útil” que tal se verificasse porque todos já sabemos que o ano não vai ser normal.
Uma crítica que Adolfo Mesquita Nunes dirigiu essencialmente ao Ministério da Educação que “nesta altura já deveria ter organizado o retomar do ano letivo”. O vereador considera que “este ministro vai ficar para a história pela forma como não se consegue organizar o arranque do ano letivo”.
Em causa as contingências previstas para o próximo ano letivo que “deve privilegiar o ensino presencial” pressupondo “horários desencontrados e diminuição do número de alunos por turma” mas, “sem certezas de como irá funcionar, nomeadamente com a contratação de mais pessoal docente”, disse Regina Gouveia.
“Tudo isto pressupõe mudanças em termos de transportes” que terão por base um trabalho de planeamento que está a ser realizado pelos agrupamentos e escolas não agrupadas, “mas não será fácil operacionalizar o que se pensa na teoria, não vamos ter todos os transportes necessários para os desencontros”, disse a vereadora.
Sobre a diminuição do número de alunos por turma, a vereadora esclarece que nas competências da autarquia “há hipótese para reforçar a componente de apoio à família”, mas “sem perverter o sistema, não se pode tirar crianças de relação presencial com docentes para ficar com pessoal não docente e da tutela ainda não há soluções para esta operacionalização”, vincou.